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Centenas de xiitas manifestam apoio a Maliki em Bagdá

Agência France-Presse
postado em 12/01/2013 15:11
Centenas de xiitas manifestaram nesta sábado em Bagdá o seu apoio ao primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que enfrenta desde o final de dezembro um grande movimento de contestação nas províncias sunitas do país.

Na Praça Tahrir, em pleno coração da capital, alguns manifestantes exibiam imagens do chefe de governo, um xiita. Outros agitavam bandeirolas com o lema: "Eu sou iraquiano, eu amo Maliki", segundo um jornalista no local. "Sim ao Iraque! Fora Baath", bradavam os manifestantes, referindo-se ao partido do ex-presidente sunita Saddam Hussein, hoje na ilegalidade.

Alguns cartazes tinham as inscrições "Discípulos de Hussein", em referência ao imã Hussein, uma das figuras do islã xiita. Essas manifestações são uma resposta aos atos organizados há três semanas pela minoria sunita, que acusa o governo de ignorar suas necessidades e exige a libertação de prisioneiros, assim como a anulação de leis antiterroristas de que ela considera ser vítima.

Em Bagdá, os manifestantes xiitas pediam o contrário: a manutenção do artigo 4 da legislação de combate ao terrorismo, que dá poderes ampliados às forças de segurança.

"Em nome dos mártires, das vítimas, das viúvas, nós pedimos ao governo que não anule o artigo 4. Meu filho foi morto por um franco-atirador em 2006. Ele tinha 20 anos, ia se casar. Faz seis anos que não durmo mais", disse Abu Hussam, de 67 anos.



Paralelamente, manifestações contra o governo eram realizadas novamente neste sábado, principalmente em Tikrit, Baiji, Samarra e Mossul, regiões sunitas do norte de Bagdá.

Na província de Al-Anbar, que teve sua principal estrada ligando a Síria e Jordânia bloqueada por manifestantes, chefes tribais sunitas, muito influentes na região, pediam a saída de Maliki.

"Eles nos insultaram em diversas oportunidades. Não sairemos daqui enquanto Maliki não for substituído", explicou Ali al-Hatem, chefe da poderosa tribo dos Dulaim.

O movimento de contestação sunita teve início após a prisão no dia 20 de dezembro de nove guardas do ministro das Finanças, Rifaa al-Issawi, um sunita. Issawi é membro do bloco laico Iraqiya, uma formação apoiada pela comunidade sunita que integra o governo, mas que faz fortes críticas à administração de Maliki.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro havia advertido que as forças de segurança poderiam atuar para impedir a manutenção do movimento.

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