Agência France-Presse
postado em 12/01/2013 16:16
Ao menos 200 palestinos resistiam na tarde deste sábado a desocupar um terreno reservado pelas autoridades israelenses para um assentamento judeu na Cisjordânia, comprovou a AFP no local."Membros da administração civil israelense na Cisjordânia nos deram o prazo de uma hora esta manhã para desocupar o terreno", revelou um militante da organização Abi Copty acampado no local desde a sexta-feira. "Mas não temos a intenção de partir".
[SAIBAMAIS]O Exército israelense, estacionado nas imediações da colina onde está o terreno, isolou o local com barreiras, observou a AFP. O negociador palestino Saeb Erakat declarou à AFP que o Exército hebreu o deteve em um posto de controle e determinou que volta-se à Ramallah.
O acampamento é integrado por cerca de 20 barracas e está na zona sensível E1, onde o governo retomou recentemente seu projeto de colonização na Cisjordânia.
A polícia israelense publicou na sexta-feira a ordem de remoção dos militantes palestinos e declarou o setor "zona militar proibida" a civis, mas os palestinos obtiveram uma medida cautelar na Suprema Corte de Israel.
"Esta medida deteve qualquer evacuação por seis dias a partir da instalação do acampamento, na sexta-feira", destacou a militante Irene Nasser à AFP. O acampamento, batizado "Bab al Shams" ("Porta do Soll"), está situado entre Jerusalém Oriental ocupada e a colônia israelense de Maale Adoumin.
O projeto de construção da zona E1 pretende unir a colônia de Maale Adoumin aos bairros judeus de Jerusalém Oriental, cortando a Cisjordânia e comprometendo a viabilidade de um Estado palestino.
A comunidade internacional considera ilegal todas as colônias israelenses e não reconhece a anexação, em 1967, de Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem instalar a capital de seu futuro Estado.