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Ex-premier e chanceler disputarão segundo turno na República Tcheca

Agência France-Presse
postado em 12/01/2013 17:05
Ex-primeiro-ministro Milos Zeman conversa com jornalistas neste sábadoPraga - O ex-primeiro-ministro de esquerda Milos Zeman e o atual chefe da diplomacia, Karel Schwarzenberg, passaram ao segundo turno da eleição presidencial na República Tcheca, com 24,22% e 23,40% dos votos, respectivamente, segundo resultados definitivos do Bureau de Estatísticas.

Zeman, ex-social democrata e chefe de governo entre 1998 e 2002, e Schwarzenberg, líder de direita de um dos partidos da coalizão governamental, se enfrentarão no segundo turno previsto para os dias 25 e 26 de janeiro.

O segundo e último mandato de cinco anos do presidente tcheco, Vaclav Klaus termina no dia 7 de março. "Como na França, o duelo presidencial terá esquerda contra direita", disse Zeman em uma breve declaração à imprensa, lembrando que seu adversário é membro de um governo de centro direita fragilizado por diversos escândalos de corrupção.

Schwarzenberg reagiu afirmando que "Milos Zeman será um grande adversário, mas que representa a volta ao passado". Este primeiro turno presidencial com voto universal direto teve uma taxa de participação de 61,31% dos 8,4 milhões de eleitores inscritos.

Concorriam ainda neste sábado o centrista Jan Fischer, chefe de governo interino em 2009 e 2010, que chegou entre os favoritos nas pesquisas, o vice-presidente do partido social democrata (CSSD), Jiri Dienstbier, o compositor e pintor Vladimir Franz, cujo corpo é totalmente tatuado, e três mulheres: a presidente do movimento eurocético "Soberania", Jana Bobosikova; a atriz e ex-deputada Tatana Fischerova; e a eurodeputada da democracia cristã Zuzana Roithova.

O novo presidente será o terceiro a assumir o mandato depois da independência da República Tcheca, em 1993, seguindo o ex-dissidente Vaclav Havel, falecido em 2011, e do eurocético Vaclav Klaus, que tem seu segundo mandato de cinco anos prestes a terminar.

Ambos foram eleitos pelo parlamento em um procedimento questionado na ocasião. Em fevereiro de 2012, os deputados decidiram eleger, a partir dessa data, o novo presidente por meio do voto direto.



Embora o presidente tcheco não tenha amplos poderes como nos Estados Unidos ou na França, tem o poder de nomear ou destituir o primeiro-ministro e outros membros do governo, além de ratificar ou vetar leis aprovadas no parlamento.

O chefe de Estado também pode escolher membros para integrar o conselho de política monetária do banco central, nomear juízes e generais do exército.

A República Tcheca tem uma população de 10,5 milhões de habitantes e foi criada no dia 1;de janeiro de 1993 da separação pacífica da então Tchecoslováquia em dois Estados independentes.

O país aderiu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1999 e à União Europeia em 2004, mas não pertence à zona do euro.

Em 2011, a República Tcheca registrou um crescimento de sua economia de 1,7%, após ter crescido 2,7 em 2010. Em 2012, o país entrou em recessão devido à crise econômica.

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