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Iraque libera centenas de detidos após manifestações de sunitas

Ao todo, 335 presos foram libertados desde a semana passada

Agência France-Presse
postado em 14/01/2013 16:05
Bagdá - O Iraque libertou mais de 300 prisioneiros desde a semana passada e nesta segunda-feira (14/1) um ministro pediu desculpas pelas detenções injustificadas, em resposta a uma das principais exigências dos manifestantes sunitas mobilizados há várias semanas contra o primeiro-ministro xiita. Na segunda-feira (14/1), o Ministério da Justiça libertou 178 detentos, afirmou à AFP Haidar al-Saadi, porta-voz do ministério, o que eleva para 335 o número de presos libertados desde a semana passada.

[SAIBAMAIS]Entre os libertados estavam muitas pessoas idosas, segundo um jornalista da AFP presente no momento da soltura. No entanto, as autoridades não forneceram quaisquer detalhes sobre as punições sofridas ou as acusações contra os presos. "Eu peço desculpas em nome do Estado iraquiano a qualquer pessoa que tenha sido detida e presa todo este tempo. Soube mais tarde que vocês eram inocentes", disse o vice-primeiro-ministro Hussein Shahristani, durante uma coletiva de imprensa em que anunciou a libertação de prisioneiros.



Após a sua saída da prisão, Mehdi Saleh, de 42 anos, descreveu o gesto do governo como "um passo na direção certa. Saleh relatou que tinha sido transferido de prisão para prisão desde que foi preso em 2009, em Fallujah, cidade de maioria sunita localizada a oeste de Bagdá, sem ter sido acusado de nada. Todos os quatro ex-detentos e familiares entrevistados pela AFP vieram de regiões de maioria sunita.

A libertação de prisioneiros é uma das principais exigências da minoria sunita do Iraque, que há três semanas organiza protestos. Essa minoria também pede o fim de leis antiterrorismo que, segundo ela, são utilizadas pelo governo, dominado por xiitas, para deter sem motivos os membros desta comunidade.

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