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Chavismo convoca 'tomada' de Caracas no dia em que oposição se manifestará

Agência France-Presse
postado em 14/01/2013 19:01
Caracas - O partido do poder na Venezuela, o PSUV, convocou nesta segunda-feira seus partidários a "tomar" Caracas em 23 de janeiro, no mesmo dia em que a oposição convocou um ato contra a continuidade do governo, enquanto o presidente Hugo Chávez segue hospitalizado em Cuba.

"No dia 23 de janeiro as forças da revolução vão sair às ruas pelos quatro pontos cardeais da cidade", anunciou em coletiva de imprensa o chefe de campanha do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), Jorge Rodríguez.

Rodríguez afirmou que a marcha, que terminará com "uma grande manifestação" em Caracas, tem como objetivo representar a expressão das forças da "verdadeira democracia que o povo da Venezuela defende".


"Nunca na história política da Venezuela o país havia contado com uma democracia mais sólida", defendeu Rodríguez, acusando a direita opositora de estar por trás de todas as situações de instabilidade que viveu o país desde a chegada de Chávez ao poder, em 1999.

O dia 23 de janeiro marca o fim da ditadura de Pérez Jiménez, em 1958. A data é marcada com frequência por protestos de ambos os lados, ainda que nesta ocasião tenha um contexto especial de tensão política.

Na quinta-feira passada, os deputados do grupo parlamentar Mesa da Unidade Democrática (MUD), a heterogênea coalizão contrária ao governo, convocaram uma passeata neste dia em "defesa da Constituição".

Os deputados rejeitam o aval concedido pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para que o governo fosse mantido após 10 de janeiro, quando Chávez, por motivos de saúde, não compareceu para tomar posse de seu terceiro mandato, como estava previsto.

De acordo com os deputados, a sentença "afeta gravemente a ordem democrática do Estado" ao permitir que o vice-presidente, Nicolás Maduro, e o restante do governo permaneçam em seus cargos apesar do fim do mandato constitucional, no dia 10.

Chávez se encontra hospitalizado em Cuba desde dezembro, após ser operado pela quarta vez de um câncer. O TSJ avaliou que ele poderá assumir mais adiante, quando estiver em condições.

Vários responsáveis de partidos integrantes da MUD se reuniram nos últimos dias para acertar a manifestação de 23 de janeiro.

Leopoldo López, responsável nacional do movimento político Vontade Popular, fez um chamado no sábado para se "reinventar as ruas" neste dia a fim de selar um compromisso de luta por parte da oposição.

O secretário geral do partido opositor Primeiro Justiça, Tomás Guanipa, também fez um chamado nesta segunda para a participação na passeata.

O líder opositor, Henrique Capriles, candidato da MUD nas eleições presidenciais de outubro passado, até o momento não se pronunciou sobre a passeata.



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