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França bombardeia cidade do oeste do Mali e reforça intervenção

Cerca de 2,5 mil soldados devem ser enviados para a região, como parte da ofensiva para expulsar os jihadistas do país. De acordo com testemunhas, 40 veículos blindados franceses chegaram ao país nesta terça

Agência France-Presse
postado em 15/01/2013 12:11
Segundo o presidente francês, François Hollande, 750 militares já desembarcaram no MaliBamako - As forças francesas bombardearam nesta terça-feira (15/1) a localidade de Diabali, no oeste do Mali, tomada na véspera por combatentes islamitas, e anunciaram a mobilização iminente de 2.500 soldados como parte de sua ofensiva para expulsar os jihadistas do país. O presidente francês François Hollande declarou, durante uma visita a Abu Dhabi, que atualmente há 750 militares franceses no Mali, e que em breve serão mais.


"A França seguirá tendo forças em terra e ar", acrescentou o presidente francês, à espera de que uma força multinacional africana substitua suas tropas. Segundo Hollande, a mobilização desta levará cerca de uma semana. O ministério francês da Defesa informou de Paris que mobilizará progressivamente 2.500 soldados para combater os grupos islamitas que ocupam o norte do Mali há nove meses.

Na madrugada desta terça-feira chegou a Bamako uma coluna de cerca de 40 veículos blindados franceses provenientes Costa do Marfim, indicou um conselheiro militar de imprensa. Segundo ele, os veículos serão empregados nos combates que ocorrem desde sexta-feira entre o exército malinês, apoiado por soldados das forças especiais, helicópteros e aviões franceses, e os islamitas armados.

[SAIBAMAIS]Na madrugada desta terça-feira, a aviação francesa bombardeou Diabali, 400 km ao norte de Bamako, e matou vários jihadistas, segundo testemunhas. Na segunda-feira, os combatentes islamitas passaram à ofensiva no oeste do Mali, apoderando-se desta cidade. O ataque era dirigido pelo argelino Abu Zeid, um dos chefes da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), segundo uma fonte da segurança regional.



Ao mesmo tempo, os jihadistas abandonaram seus feudos no norte do país, como a cidade de Gao, submetida no domingo a bombardeios que mataram mais de 60 combatentes, segundo moradores e uma fonte de segurança. Em Timbuctu, onde até o momento não ocorreu nenhum bombardeio aéreo, os jihadistas também partiram. "Os mujahedines se foram, têm muito medo", afirmou um vizinho desta cidade emblemática da cultura muçulmana na África, onde os jihadistas destruíram muitos mausoléus de santos muçulmanos por considerá-los uma heresia.

Para o porta-voz do grupo islamita Andar Dine, Senda Uld Bumama, trata-se apenas de uma retirada tática, segundo declarações publicadas no site mauritano Al Akhbar, próximo aos islamitas deste país. A França, em guerra contra o terrorismo no Mali, segundo seu ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian, bloqueou na sexta-feira o avanço dos grupos islamitas armados em direção ao centro do país. No domingo e na segunda-feira, bombardeou suas posições no norte.

Em Nova York, a França obteve na noite de segunda-feira "a compreensão e o apoio" dos outros 14 membros do Conselho de Segurança, de acordo com o embaixador francês Gérard Araud. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou seu apoio à operação francesa, embora tenha destacado a necessidade de uma reconciliação política no país.

O secretário-geral da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), Ekmeleddin Ihsanoglu, pediu nesta terça-feira um cessar-fogo imediato no Mali, membro do fórum, e a retomada das negociações entre Bamako e os islamitas. Em Bamako, os chefes de Estado-Maior dos exércitos do oeste da África se reunirão nesta terça-feira para preparar o envio de uma força de 3.000 homens, que tomará o lugar da operação francesa.

As primeiras tropas serão enviadas pela Nigéria ao Mali antes da próxima semana, prometeu na segunda-feira o presidente nigeriano GOODRICH Jonathan. Por sua vez, cerca de 150 mil pessoas fugiram do conflito no Mali em direção aos países vizinhos, indicou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A organização informou que há cerca de 230 mil deslocados dentro do país.

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