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Chefes de estado se reúnem para discutir operação militar no Mali

Agência France-Presse
postado em 19/01/2013 09:01

Abidjan - Chefes de Estado e de Governo da África Ocidental se reuniram neste sábado em Abidjan para acelerar a implantação de uma força de intervenção no Mali, onde militares franceses e malinenses combatem islamitas armados. Esta cúpula extraordinária foi aberta pouco antes das 11h00 GMT (9H00 no horário de Brasília), na presença do chefe de Estado da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, presidente em exercício da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e do presidente interino do Mali, Dioncounda Traoré. O presidente do Chade, Idriss Deby - cujo país não faz parte da CEDEAO, mas prometeu enviar tropas - e o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, também participam.

A Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma) recebeu mandato da ONU para ajudar o Mali a reconquistar o norte do país, ocupado há mais de nove meses por grupos extremistas islâmicos, que multiplicaram seus abusos. A operação francesa teve início há dois dias, mas "não substituirá a ação da Misma" que deve ser implementada "o mais rápido possível, o que é o objetivo desta reunião", afirmou Fabius na cúpula. O presidente nigeriano Mahamadou Issoufou declarou ao jornal francês Le Parisien que "a França está no Mali apenas para apoiar o país e a África". Cerca de 2.000 membros da Misma devem ser enviados ao Mali até 26 de janeiro. Uma centena de soldados togoleses e nigerianos já chegaram a Bamako. Oito países da África Ocidental - Nigéria, Togo, Benin, Senegal, Níger, Guiné, Gana e Burkina Faso - mais o Chade anunciaram sua contribuição com a Misma. No total, serão 5.300 soldados do continente africano enviados ao Mali. "Talvez" mais de 2.500 soldados franceses Dois mil soldados franceses já estão no território do Mali e este número deve chegar a 2.500 em breve, segundo Paris. "Pode ser que este número seja ultrapassado", afirmou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, entrevistado pela rede de televisão France3, acrescentando que no total "cerca de 4.000 militares" estarão "mobilizados para esta operação". Bamako anunciou na quinta-feira ter retomado o controle na quinta-feira de Konna, 700 km ao nordeste de Bamako, que caiu nas mãos dos extremistas em 10 de janeiro. A queda de Konna durante uma ofensiva surpresa dos combatentes islamitas em 10 de janeiro, no momento em que os combates entre o Exército malinense e os grupos jihadistas estavam paralisados há meses, provocou a intervenção da França, que temia um avanço dos extremistas para Bamako (sul), primeiramente com ataques aéreos e, em seguida, com uma intervenção terrestre. Na região de Diabali (oeste), o coronel malinense comandante deste setor afirmou à AFP que os jihadistas "fugiram" da cidade, que havia sido tomada na segunda-feira e que o exército estava pronto para entrar na localidade. Essas declarações confirmam as de vários habitantes e de uma fonte da segurança regional, que afirmaram na sexta-feira que os extremistas abandonaram Diabali, 400 km ao nordeste de Bamako, após seguidos bombardeios da aviação francesa. Na Argélia, a agência oficial APS afirma que doze reféns e 18 sequestradores morreram na ofensiva contra o grupo que fez centenas de argelinos e estrangeiros prisioneiros no campo de exploração de gás no Saara. O comando jihadista, que diz agir em retaliação à intervenção francesa no Mali, afirma que ainda detém sete reféns estrangeiros. Paris e Washington confirmaram a morte de dois de seus cidadãos. O secretário americano de Defesa, Leon Panetta, prestando homenagem à ação da França no Mali, que "tomou a iniciativa de tentar bloquear a AQMI, declarou: "nós tentaremos ajudar neste esforço como fazem outros países".

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