Agência France-Presse
postado em 19/01/2013 13:17
Vaticano - Os cristãos devem dizer "não" à teoria do "gênero" e "sim" à aliança entre homens e mulheres no casamento, afirmou neste sábado o Papa Bento XVI, em um novo discurso muito firme contra "uma antropologia de fundo ateu".A ideologia do "gênero" é uma teoria popular no ocidente, segundo a qual a identidade sexual é determinada pela educação e o meio ambiente, e não por diferenças genéticas. Ela é defendida pelos defensores do casamento gay, que acreditam que a identidade feminina ou masculina não é predeterminada.
"A Igreja reitera seu ;sim; à dignidade e beleza do casamento (...) e seu ;não; à certas filosofias, como a do gênero, uma vez que a reciprocidade entre homens e mulheres é uma expressão da beleza da natureza, querida pelo Criador ", declarou o Papa ao receber agentes da ação católica em sessão plenária.
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O casamento gay e a teoria do gênero são temas que cada vez mais provocam desentendimento entre a Igreja e as elites ocidentais. Em Paris, no último domingo, milhares de pessoas, em sua maioria católicos, protestaram contra os planos do governo socialista de legalizar o casamento homossexual.
Observando que "em todos os tempos", "o homem é vítima de tentações culturais que o tornam escravo" do "culto da nação e da raça" no "capitalismo selvagem", o Papa denunciou várias ideias contemporâneas que "se vestem de bons sentimentos, em nome do progresso, dos direitos e de um humanismo".
Evocando uma "redução antropológica" do homem, onde seria "revisto o materialismo hedonista da antiguidade" associado a um "prometeísmo tecnológico", Joseph Ratzinger lamentou que "tudo o que é tecnicamente possível torna-se moralmente lícito, qualquer experimentação aceitável, qualquer política demográfica autorizada, qualquer manipulação legitimada".
Ele pediu aos atores do desenvolvimento, em colaboração com outros na Justiça e no Desenvolvimento, a "desafiar o financiamento e as colaborações que direta ou indiretamente promovem projetos em desacordo com a antropologia cristã".
A Santa Sé mantém posições de princípios, particularmente contra a pílula contraceptiva e os preservativos, o que é muito criticado pelas agências da ONU e outras ONG.