A tecnologia dos drones é conhecida por vários países há alguns anos, mas seu pleno desenvolvimento se deu nos Estados Unidos. A partir da Guerra do Golfo, em 1991, as possibilidades desse recurso mereceram atenção especial da cúpula militar americana. Diante dos eventos de setembro de 2001, o governo do republicano George W. Bush criou um regime de exceção com amplas consequências.
O trauma dos ataques serviu aos EUA para justificar certas práticas ilegais, como a tortura de prisioneiros e assassinatos seletivos (target killing) realizados com essas aeronaves. O primeiro ataque registrado de um drone ocorreu no Iêmen, em 2002. Aos poucos, o uso desse recurso para atingir alvos tornou-se prática corrente. De 2004 até o ápice de 2008, Bush manteve drones sobre o Afeganistão e o Paquistão, recolhendo dados e lançando bombas.
Quando candidato à Presidência em 2008, o democrata Barack Obama pregou mudança. Criticou as guerras e o militarismo excessivo de Bush. Era então a vez do diálogo, da diplomacia e do multilateralismo. Todavia, nesse primeiro mandato que se encerra amanhã, praticou o oposto do que havia prometido.