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Netanyahu é o favorito para ganhar as eleições legislativas em Israel

Israelenses irão à urnas nesta terça-feira para escolher 120 deputados

Agência France-Presse
postado em 22/01/2013 15:11
Jerusalem - Os israelenses foram convocados às urnas para renovar nesta terça-feira (22/1) os 120 deputados da que será a 19; assembleia da história do país e que deverá confirmar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, claro favorito, no posto.

Às 16h (12h no horário de Brasília), com cerca de 5,6 milhões de eleitores inscritos, a taxa de participação era de 46,6%, em alta em relação as legislativas de 2009 (41,9% no mesmo horário) e o maior nível registrado desde 1999, segundo os dados oficiais fornecidos pela Comissão Eleitoral.

Os centros eleitorais fecharão às 22h locais (18h de Brasília) com um dispositivo de segurança reforçado, e as redes de televisão começarão a publicar estimativas no fechamento.

[SAIBAMAIS]Dia de eleição em Israel é feriado, e sob, um belo céu azul de primavera, o principal centro comercial de Jerusalém entrou em liquidação e a Administração de Parques Nacionais anunciou ter recebido mais de 50.000 visitantes.

Em um colégio eleitoral do centro de Jerusalém, os eleitores chegaram em fluxos regulares, mas sem que se formassem filas. Em Saint-Jean Acre (noroeste), de grande concentração árabe, os locais de votação estavam quase vazios, segundo jornalistas da AFP.



O primeiro-ministro votou cedo nesta terça-feira junto com sua esposa Sara e seus dois filhos em um colégio de Rehavia, um bairro elegante do centro de Jerusalém Ocidental onde se localiza sua residência oficial.

Ele esteve no muro das Lamentações na Cidade Velha onde, conforme a tradição, colocou entre as pedras um papel com uma prece: "Com a ajuda de Deus, pelo futuro de Israel", segundo a imprensa.

Na Faixa de Gaza, o chefe do governo do Hamas, Isma;l Haniyeh, denunciou esta visita e apelou aos palestinos, árabes e muçulmanos a "uma estratégia unificada", lembrando que as últimas pesquisas anunciam "uma mudança de um governo extremista para outro ainda mais".

Que coalizão?

Segundo as mais recentes pesquisas publicadas na sexta-feira, o grupo da coalizão de direita, que reúne o Likud de Netanyahu e o partido nacionalista laico Yisrael Beitenu, de Avigdor Lieberman, conquistaria entre 32 e 35 assentos dos 120 que a "Kneset" possui.

A estrela desta campanha eleitoral sem grandes surpresas foi Naftali Bennett, o líder do partido ultranacionalista Lar Judeu, próximo aos colonos, e que, segundo as pesquisas, pode alcançar até 15 assentos.

Em Jerusalém, uma professora de 32 anos, mãe de três crianças, explicou por que votaria neste milionário ex-oficial militar: "Ele é forte e é religioso, mas não extremista. As jovens famílias como nós se identificam com ele. Estamos cheios de Netanyahu".

Já Daniel, de 18 anos, "votou em ;Bibi;", como é conhecido o primeiro-ministro: "Ele é mais forte pelo país, ele sabe liderar e, em caso de guerra, ele sabe fazer bem o trabalho".

No centro do espectro político, o Partido Trabalhista (16 ou 17 assentos, segundo as pesquisas), o Yesh Atid (entre 10 e 13) e o Hatnuá, o movimento da ex-ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni (7 ou 8), não conseguiram entrar em acordo para uma coalizão.

Nitza Salman, 49 anos, votará em Yesh Atid: "Se Netanyahu continuar como primeiro-ministro, será preciso pessoas para bloqueá-lo, para acalmá-lo", explicou esta mãe de quatro soldados em referência a uma eventual participação centrista na próxima coalizão. Para os especialistas, o que está em jogo nestas eleições é a composição e a estabilidade desta coalizão.

"Se as sondagens se confirmarem, as dificuldade de Netanyahu vão começar esta noite", estima Yossi Verter, especialista do jornal Haaretz, sobre as negociações com seus parceiros do bloco de direita/extrema direita, no qual sua lista não parece ser majoritária.

Os resultados definitivos só serão anunciados no início da próxima semana. O presidente Shimon Peres iniciará em seguida consultações para determinar quem tem mais chances de formar a nova coalizão.

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