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Rússia está disposta a abrir Ártico a produtores privados de energia

Grupos particulares poderão explorar os recursos de hidrocarbonetos da região

Agência France-Presse
postado em 22/01/2013 16:30
Moscou - O governo da Rússia está disposto a autorizar que grupos privados russos explorem os vastos recursos em hidrocarbonetos da região ártica para fazer frente à previsível queda de sua produção, informou esta terça-feira um vice-primeiro-ministro russo.

"Entramos em acordo para que as sociedades públicas sejam os principais atores, mas também para que as propostas sejam elaboradas com o objetivo de que os grupos privados possam trabalhar na plataforma continental" do Ártico, declarou Arkady Dvorkovich, citado pela agência de notícias Ria Novosti.

Dvorkovich afirmou que com relação aos grupos estrangeiros não há nenhuma mudança, razão pela qual unicamente poderão trabalhar como parceiros tecnológicos e não obter uma licença de exploração.

Atualmente, só podem obter esta licença as sociedades com participação majoritária do estado e com pelo menos cinco anos de experiência em offshore na Rússia. E só duas empresas cumprem estas condições: a petroleira Rosneft e a gasífera Gazprom.

O ministro de Recursos Naturais, Sergey Donskoy, propôs na semana passada abrir o acesso, sob estritas condições, a grupos privados russos a esta região inóspita com mais de seis milhões de quilômetros quadrados que se estende entre a Noruega e o Alasca.



O primeiro produtor privado do país, Lukoil, mostrou em outubro passado a disposição de investir 2,7 bilhões de dólares na exploração desta região, segundo informações publicadas pela Ria Novosti.

Segundo produtor de petróleo do planeta depois da Arábia Saudita, a Rússia aumentou sua produção em mais de 40% desde o começo dos anos 2000. As autoridades apostam no Ártico para continuar este impulso.

A agência de classificação de risco Fitch previu, em nota publicada esta terça-feira, que a produção do país "provavelmente alcançará um pico nos próximos anos".

"Os benefícios de produção obtidos graças aos novos campos petrolíferos compensam a queda de produção das jazidas existentes", avaliou.

Segundo dados governamentais citados pela Fitch, a Rússia produziu 518 milhões de toneladas de petróleo em 2012, o que dá uma média de 10,4 milhões de barris diários, um recorde desde o desmembramento da União Soviética.

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