Agência France-Presse
postado em 28/01/2013 12:14
Jerusalém - Israel multiplica as medidas diplomáticas e de segurança para impedir que armas químicas do regime sírio caiam nas mãos de movimentos islamitas, afirmaram nesta segunda-feira (28/1)meios de comunicação israelenses e fontes de segurança.O envio no domingo de duas baterias do sistema antimísseis "Iron Dome" ao norte de Israel tem por objetivo agilizar, se necessário, uma ação militar contra alvos na Síria ou no Líbano, explicou à AFP uma fonte de segurança israelense.
De acordo com esta mesma fonte, Israel considera que o Hezbollah xiita libanês é fortemente ligado ao presidente sírio Bashar al-Assad e poderia se amparar em seu arsenal químico em caso de queda do regime.
O exército israelense, por sua vez, anunciou em um comunicado o envio de uma bateria ao norte, onde testemunhas perceberam uma intensa atividade aérea israelense.
Segundo o jornal israelense Maariv, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enviou seu conselheiro de segurança nacional "com urgência" a Moscou, para que ele se encontre com o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e discuta meios de prevenir uma disseminação das armas químicas do regime sírio entre grupos armados.
Netanyahu também se encontrou com o embaixador americano em Israel, Dan Shapiro, ainda segundo o jornal.
Nesta segunda-feira, Shapiro informou a rádio pública israelense sobre "conversas entre os serviços de informação" para estudar duas possibilidades de grande risco: "Ou o regime utiliza armas químicas contra a população síria, ou essas armas químicas caem nas mãos do Hezbollah ou de outras organizações extremistas".
"Israel, e não somente Israel, está observando atentamente o estoque de armas, para identificar com a maior precisão possível caso ele seja usado", declarou à rádio pública o ministro encarregado da Defesa passiva, Avi Dichter.
"É uma questão de saber como reduzir o estoque e de dissuadir quem quer que seja de tentar se amparar nas armas", explicou.
De acordo com os meios de comunicação israelenses, Netanyahu se reuniu com seus conselheiros de segurança para discutir o risco de uma disseminação do arsenal sírio em 23 de janeiro, um dia após às eleições legislativas que deram ao primeiro-ministro um segundo mandato, agora com maioria reduzida no congresso.
Netanyahu assegurou no domingo que fará um esforço para "constituir o governo mais amplo e estável possível a fim de enfrentar todas as importantes ameaças de segurança que visam Israel", citando o Irã e "armas letais numa Síria que está se desintegrando".
De acordo com a imprensa israelense, o primeiro-ministro recém reeleito ofereceu o Ministério das Relações Exteriores ao centrista Yair Lapid, ex-estrela da televisão do país que conquistou um eleitorado inesperado nas últimas eleições.