Agência France-Presse
postado em 28/01/2013 12:50
Em carta lida pelo vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, à plenária de presidentes reunidos em Santiago do Chile, Chávez disse que com a presidência cubana, "a América Latina e o Caribe estão dizendo aos Estados Unidos com uma só voz que todas as tentativas para isolar Cuba fracassaram e fracassarão".
"Nós nos comprometemos a dar nosso apoio a Cuba, que ocupa a partir desta cúpula de Santiago a presidência pró-tempore da comunidade, é um ato de justiça depois de mais de 50 anos de resistência ao criminoso bloqueio imperial", escreveu Chávez.
A Celac, integrada por 33 países, é a mais ampla instância de integração continental, com exceção dos Estados Unidos e do Canadá. Foi criada em dezembro de 2011, em Caracas, a instâncias de Chávez, hospitalizado em Cuba desde 11 de dezembro, após a quarta cirurgia contra o câncer.
Na primeira mensagem por escrito após mais de um mês e meio de internação em Cuba, Chávez expressou que a carta era uma forma de se fazer presente no lançamento da nova associação de países.
"Lamento não poder comparecer a este encontro em Santiago do Chile. Como é de conhecimento de todos, desde dezembro do ano passado estou lutando novamente por minha saúde na Cuba revolucionária. Por isso, estas linhas são a forma de me fazer presente na cúpula da Celac. São a forma de reafirmar, mais do que nunca, o compromisso vivo e ativo da Venezuela na causa histórica da união", disse Chávez.
"O subdesenvolvimento é filho da divisão e, por isso mesmo, é decisivo resolver a questão nacional americana nos próximos anos", acrescentou.
[SAIBAMAIS]Por outro lado, ratificou "a denúncia e a condenação do forçado bloqueio imperial a Cuba revolucionária e da contínua colonização e agora militarização progressiva das Malvinas. Ambos os fatos são violações de todas as resoluções que a ONU emitiu para salvaguardar os direitos dos povos cubano e argentino".
O presidente cubano, Raúl Castro, de 81 anos, assume esta segunda-feira a presidência pró-tempore da Celac, o que constitui o apoio mais importante dos países latino-americanos e caribenhos ao regime comunista de Cuba.
Há 50 anos, a ilha é objeto de um embargo econômico e de uma política de isolamento por parte dos Estados Unidos, que se mantém, segundo Washington, devido à situação dos direitos humanos, os presos políticos e as restrições das liberdades civis.