Agência France-Presse
postado em 28/01/2013 14:21
Cairo - A principal coalizão de oposição do Egito rejeitou nesta segunda-feira (28/1) o apelo do presidente Mohamed Mursi a um diálogo nacional, considerando-o "sem sentido", e convocou manifestações em todo o país na próxima sexta-feira.Em um comunicado, a Frente de Salvação Nacional (FSN) convocou "o povo a sair a todas as praças Tahrir no próximo 1; de fevereiro (...) para realizar os objetivos da revolução" e protestar contra a morte de dezenas de egípcios nos confrontos dos últimos dias.
O chamado a protestar foi divulgado imediatamente depois de os dirigentes principais terem regeitado o diálogo nacional proposto por Mursi. "Nós não vamos participar de um diálogo sem sentido", afirmou em uma coletiva de imprensa, Mohamed El Baradei, principal líder da Frente de Salvação Nacional (FNS), formada por vários movimentos e partidos de esquerda e liberais.
"Na FNS estamos totalmente de acordo. Devemos solucionar a raiz do problema, não apenas os sintomas", declarou ElBaradei. "A solução não se limita à segurança, é política", acrescentou o líder da oposição.
A FNS exige que Mursi assuma a responsabilidade pela violência dos últimos dias, que causou 47 mortes, e a formação de um governo de unidade nacional, indicou Hamdeen Sabbahi, outro líder da FNS, e terceiro candidato mais votado na eleição presidencial do ano passado. "Aspiramos por um diálogo, mas não há garantias de que seja um sucesso (...) enquanto o sangue corre", acrescentou Sabbahi.
Esta segunda-feira, o Senado egípcio aprovou a lei que autoriza o presidente a mobilizar o exército nas ruas para participar ao lado da polícia na manutenção da ordem, anunciou a agência oficial de notícias Mena.
Esta lei permite ao exército "apoiar os serviços policiais na manutenção da ordem e a proteção das instalações vitais do Estado até o fim das eleições legislativas e cada vez que o peça o Conselho de Defesa Nacional", presidido por Mursi.