Rodrigo Craveiro
postado em 31/01/2013 06:05
O governo da Colômbia anunciou que apresentará um projeto de lei para descriminalizar a posse de doses mínimas de drogas sintéticas, incluindo o ecstasy. A reforma do Estatuto de Estupefacientes ; rebatizado de Estatuto Nacional de Drogas ; permitirá que os cidadãos carreguem até 200mg ou três comprimidos de derivados de anfetaminas. Segundo o jornal El Tiempo, continuarão valendo as doses toleráveis de cocaína (1g) e de maconha (20g). Quem for pego com quantidades mais concentradas dessas substâncias poderá ser detido.;Devemos aceitar que a Colômbia é um país consumidor, esta é a nossa realidade, e que não podemos colocar na prisão os consumidores, mas devemos atendê-los;, declarou a ministra da Justiça, Ruth Stella Correa, à rádio Blu, de Bogotá. ;A proposta busca homologar a quantidade de drogas já permitida, com uma quantidade equivalente em drogas sintéticas;, explicou.
Em entrevista ao Correio, por telefone, o colombiano Augusto Pérez-Gómez, professor de psicologia da Robert Wood Johnson Medical School (em Nova Jersey) descarta que o projeto represente risco à sociedade. ;O problema das anfetaminas é totalmente insignificante na Colômbia. O consumo dessas drogas é mínimo e quase marginal. Além disso, na Colômbia, a despenalização das drogas existe desde 1997, depois de uma decisão da Corte Constitucional. Desde então, ocorreu uma redução do uso dessas substâncias;, comentou o especialista. Ele destacou que o estatuto reforçará as penas para traficantes.
República Tcheca
A sociedade tcheca deu ontem um passo decisivo para a legalização do uso da maconha para fins medicinais. Em votação na Câmara Alta do Parlamento (Senado), 67 dos 74 congressistas presentes avalizaram a medida. A expectativa é de que o presidente eleito, Milos Zeman, sancione a lei nos próximos meses. Jindrich Voboril, coordenador nacional antidrogas da República Tcheca, contou ao Correio que esteve à frente do processo desde o início. ;Antes de o levarmos adiante, contamos com a avaliação de nove sociedades de medicina, incluindo a de neurologia;, afirmou, por telefone, de Praga. ;A maconha não será usada como terapia, mas como um meio de redução dos sintomas das doenças.;
A República Tcheca deverá importar a maconha por cerca de um ano, até que o Instituto Nacional de Controle de Drogas emita licenças para produtores locais, válidas por cinco anos. ;Ela poderá ajudar a aliviar a dor e ser usada em pacientes soropositivos e com distúrbios neurológicos, como a esclerose múltipla;, disse Voboril. ;Já fazemos o uso médico da heroína e da morfina. Por que não a maconha?;
Jindrich Voboril, coordenador nacional antidrogas da República Tcheca, fala sobre a legalização do uso medicinal da maconha
[VIDEO1]
Augusto Pérez-Gómez, professor de psicologia colombiano, aborda projeto que despenaliza a posse de doses mínimas de drogas sintéticas
[VIDEO2]