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Estado indiano suspende projeção de filme por queixas muçulmanas

A medida procura evitar que uma onda de violência se instaure no país. Filme suspenso aborda tema de espionagem

Agência France-Presse
postado em 31/01/2013 10:15
Mumbai - O governo do estado indiano de Tamil Nadu, no sul do país, retirou de cartaz por 15 dias um filme de espionagem criticado por muçulmanos diante do temor de que a projeção causasse uma onda de violência.

A decisão foi criticada por defensores da liberdade de expressão e o ator Kamal Haasan, produtor e co-diretor do filme, ameaçou se exilar. A chefe de governo de Tamil Nadu, a ex-atriz Jayalalithaa Jayaram, disse que teve que proibir o filme "Vishwaroopam" durante 15 dias pelo temor de manifestações violentas nos cinemas.

"Quando você sabe que irá ocorrer violência em uma situação precisa, em um determinado local, o dever do governo é fazer tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que aconteça", disse Jayaram. Por sua vez, a polícia do estado não tem efetivos suficientes para proteger os 500 cinemas que devem projetar o filme no estado, acrescentou.

[SAIBAMAIS]Segundo a imprensa, Kamal Haasan teria aceitado modificar o filme para reduzir a tensão. "Se os dirigentes das organizações muçulmanas e Kamal Haasan puderem trabalhar juntos para chegar a um acordo amistoso, o governo de Tamil Nadu fará todo o possível para facilitar as coisas", declarou Jayaram. Estrelas de cinema, como o ícone Shah Rukh Khan, manifestaram apoio a Haasan.



Por sua vez, o ministro federal da Informação, Manish Tiwari, estimou que os estados da Índia "devem se inclinar pela liberdade de palavra e de expressão", inclusive quando há inquietação pela ordem pública. Na quarta-feira, o escritor britânico de origem indiana Salman Rushdie cancelou um encontro para promover um filme baseado em seu livro "Os Filhos da Meia-Noite" no leste da Índia após protestos de grupos muçulmanos.

A televisão mostrou quase 100 pessoas reunidas nas imediações do aeroporto de Kolkata (leste) na quarta-feira para protestar contra a visita de Rushdie. O livro de Rushdie "Os Versos Satânicos", publicado em 1988 e ainda proibido na Índia, continua sendo considerado por muitas pessoas no mundo muçulmano como uma obra blasfema que insulta sua religião.

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