Agência France-Presse
postado em 01/02/2013 12:56
México - A explosão na sede central da companhia estatal de petróleo mexicana Pemex deixou até o momento 33 mortos e 121 feridos, informou o governo mexicano, enquanto o diretor-geral da empresa, Emilio Lozoya, disse que o ocorrido tem as características de um "acidente"."Parece com o que os analistas se referem como um acidente, embora não possamos descartar nenhuma linha de investigação", afirmou Lozoya em declarações à emissora Televisa.
Pouco depois do meio-dia, o ministro do Interior, Miguel Angel Osorio Chong, informou através de sua conta de Twitter que foi registrada mais uma morte, elevando assim para 33 o número de vítimas fatais da explosão.
A autoridade mexicana não deu maiores detalhes nem sobre as circunstâncias da última morte nem indicou o sexo da vítima.
No relatório anterior divulgado pela manhã, foi informado que as vítimas eram 20 mulheres e 12 homens e que 121 pessoas estavam feridas, das quais 52 permaneciam hospitalizadas.
A Cruz Vermelha anunciou ao meio-dia que estava concluindo seu trabalho de buscas de eventuais sobreviventes ou de corpos na zona da explosão.
"Já fizemos uma varredura junto com as demais equipes de resgate, voltamos a utilizar os cães e não encontramos nada. Descartamos que existam vítimas que ainda estejam presas", disse à imprensa Isaac Oxenhaut, coordenador de socorro da Cruz Vermelha, que coordena os trabalhos de resgate na sede da Pemex.
Militares, policiais federais e funcionários da companhia ainda permaneciam no lugar do acidente para remover os escombros.
Lozoya destacou pela manhã, em uma coletiva de imprensa, "a complexidade" da perícia na zona da explosão e afirmou que "serão utilizados todos os recursos para descobrir as causas do acidente".
Na noite de quinta-feira, o ministro do Interior recusou-se a comentar se a linha de investigação trabalha com a hipótese de um atentado, pois "seria irresponsável" atribuir as causas sem evidências, ponderou Chong.
Até o momento, ninguém teria assumido a autoria da explosão no escritório da Pemex, localizado em um arranha-céu de 54 andares que, nos anos 80, foi o edifício mais alto da América Latina.
Após realizar nesta sexta-feira uma visita a um hospital da Pemex onde se encontram alguns dos feridos, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, adiantou que o Governo e a Procuradoria-Geral divulgarão um informe sobre as investigações.
Uma fonte da defesa civil disse à AFP que, segundo depoimentos iniciais dos trabalhadores, a explosão ocorreu após "um acúmulo de gás em uma usina de energia".
Osorio Chong esteve, nesta sexta-feira, nas instalações da Pemex, onde haviam destroços da explosão acumulados em centenas de metros quadrados. Pedaços de concreto, hastes retorcidas, além de cadeiras, computadores, papéis, caixas, arquivos e outros móveis de escritório estavam espalhados.
A detonação causou danos a quatro andares da Torre B, que onde trabalham cerca de 1.700 pessoas da área de recursos humanos. Em todo o complexo transitam diariamente cerca de 10.000 pessoas, segundo a Pemex, que suspendeu o expediente até novo aviso.
Apesar do ocorrido, Lozoya assegurou que a Pemex, uma das dez maiores petroleiras do mundo, mantém normalmente sua produção em torno de 2,57 milhões de barris de petróleo por dia.
Até essa explosão em sua sede central, o maior acidente a atingir a Pemex tinha sido o incêndio em uma usina de gás perto de Reynosa (Tamaulipas, nordeste), em setembro, que deixou 30 mortos e 25 feridos.
Em dezembro de 2010, 29 pessoas morreram no incêndio de um oleoduto no centro do país.
E em outubro de 2007, mais de 20 trabalhadores morreram depois de terem se jogado na água por causa de um vazamento descontrolado de óleo em uma plataforma marítima da Pemex na chamada sonda de Campeche, no Golfo do México.