Rodrigo Craveiro
postado em 03/02/2013 07:00
%u201CEm nossas próprias mãos, em nossas mãos sozinhas, se encontra o destino do povo alemão. Apenas se levantarmos, por meio de nosso próprio trabalho, nossa própria indústria, determinação, ousadia e perseverança. Somente assim nos levantaremos novamente.%u201D O primeiro discurso do austríaco Adolf Hitler, depois de ser empossado chanceler do Terceiro Reich pelo presidente Paul von Hindenburg, em 30 de janeiro de 1933, em nada antecipava a catástrofe que os alemães e o mundo enfrentariam. Em 12 anos de governo, o Führer usou pulso de ferro para liderar um país em guerra e transformou as Schutzstaffel %u2014 as SS %u2014 em máquina de matar. Sob a ideologia nacional-socialista (ou nazista), seus comandados assassinaram mais de 6 milhões de judeus.
Oito décadas após a chegada de Hitler ao poder e 68 anos depois de seu suicídio, a Alemanha busca acertar as contas com o passado. Na semana passada, por duas ocasiões, a chanceler Angela Merkel assumiu a culpa do país pelo nazismo. %u201CNaturalmente, nós temos uma responsabilidade perpétua pelos crimes do nacional-socialismo, pelas vítimas da Segunda Guerra Mundial e, acima de tudo, pelo Holocausto%u201D, comentou, na última segunda-feira. %u201CDevemos dizer claramente, geração após geração: com coragem, cada indivíduo pode ajudar a garantir que o racismo e o antissemitismo não tenham chance.%u201D Dois dias depois, durante uma exposição na antiga sede da Gestapo (a polícia secreta nazista), ela acusou as elites e amplos setores da sociedade de participarem da ascensão do Führer.