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Presidente espanhol diz em Berlim que acusações de corrupção são falsas

Mariano Rajoy tem apoio de Merkel, que acredita na capacidade do presidente para resolver os problemas internos

Agência France-Presse
postado em 04/02/2013 18:18
Berlim - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, disse nesta segunda-feira (4/2) em Berlim, onde se reuniu com sua homóloga alemã, Angela Merkel, que as acusações de corrupção contra ele e os membros de seu partido são "absolutamente falsas".

"Tudo o que se refere a mim e (...) aos companheiros do meu partido não está correto, exceto alguma coisa", disse em coletiva de imprensa conjunta com Merkel.

"As opiniões são livres, mas, como manifestei sábado, as coisas de que me acusam são falsas, já disse isso e reitero hoje", afirmou o presidente do governo, ao se referir às declarações que fez após uma reunião da diretoria do Partido Popular (PP).

O nome de Rajoy, presidente do PP desde 2004, aparece em documentos contábeis manuscritos pertencentes a dois ex-tesoureiros do partido, segundo os quais ele teria recebido, assim como outros dirigentes do partido, bônus ilegais procedentes de doações de empresários privados ao grupo.

Por esses documentos, supostamente escritos por dois ex-tesoureiros do PP, Álvaro Lapuerta e Luis Bárcenas, publicados pelo jornal El País, Rajoy recebeu entre 1997 e 2008 "pagamentos trimestrais ou semestrais que somavam 25.200 euros por ano".

Rajoy afirmou em Berlim que tem "a mesma gana, a mesma coragem, a mesma determinação que tinha quando cheguei à presidência do governo" há pouco mais de um ano "para superar uma das situações mais difíceis que a Espanha viveu nos últimos 30 anos".



Ao ser questionado se o partido vai responder a estas acusações, o presidente disse que "colocou (os documentos) em mãos de seus advogados" e "tomaremos as decisões que nós acreditarmos que sejam as boas para defender a honra das pessoas que aparecem citadas nesses papéis e do PP". A chanceler alemã deu seu apoio a Rajoy por sua gestão da enfraquecida economia espanhola, que se encontra em recessão desde o final de 2011.

"Tenho a impressão de que todo o governo da Espanha, incluindo o presidente, está trabalhando para reduzir o desemprego, realizar reformas estruturais e devolver à Espanha a força que merece", disse Merkel.

"Estou convencida de que o governo espanhol e Mariano Rajoy como presidente poderão resolver esses problemas e a Alemanha os apoiará com toda nossa força", acrescentou a chanceler, ao ser questionada se os escândalos de corrupção que atingem o governo minam sua confiança na liderança do presidente espanhol.

Enquanto isso, os mercados reagiram com desconfiança a este nova frente que se abre na já delicada situação econômica espanhola. A Bolsa de Madri perdeu 3,77%, o rendimento do bônus de dívida espanhola a dez anos no mercado secundário subia ao 5,438% de 5,208% e o número de desempregados aumentou em 132.000 pessoas em janeiro em um país onde mais de 26% da população ativa está desempregada.

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