postado em 05/02/2013 09:04
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, transmitiu nessa segunda-feira (4/1) a mensagem do governo brasileiro sobre o fim do conflito na Síria, que dura quase dois anos. O Brasil quer "ter um papel" na solução do conflito e usar sua "interlocução diversificada" com membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de países da região para contribuir no processo de paz.A mensagem de Patriota foi transmitida durante sua passagem pela Europa, onde participou, em Munique (Alemanha), da Conferência sobre Segurança. No encontro, ele discutiu a questão síria com o emissário especial da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU) à Síria, Lakhdar Brahimi, e o chanceler britânico, William Hague, em Londres.
Patriota defendeu que não há solução militar para o conflito, mas disse que o governo brasileiro quer dar uma contribuição "concreta" que colabore com o processo de paz. "O Brasil está bem informado e essa é a primeira condição para se ter um papel. Saber exatamente em qual estágio se encontra o conflito", disse o chanceler.
[SAIBAMAIS]Ele mencionou o Comunicado de Genebra, que estabelece os passos para uma transição na Síria, com a formação de um governo composto por representantes das duas partes em conflito. Na visão brasileira, esse é o caminho que levará à paz. "O Brasil mantém uma interlocução diversificada com os membros do Conselho de Segurança e os países vizinhos e poderá, na medida de suas possibilidades, contribuir para que se avance nesse processo", disse Patriota.
"Hoje em dia repete-se muito que não há solução militar para o conflito - o que, do nosso ponto de vista, já contribui para a solução. Há um impasse e na medida em que as partes sírias estejam dispostas a ingressar em um processo de diálogo que leve a uma transição, [haverá avanço]". Queremos ver o fortalecimento da tendência de um acordo que cesse a violência e estabeleça as condições para uma transição local", acrescentou.
A visita de Patriota ocorreu em meio a uma escalada de tensões no Oriente Médio. Na semana passada, jatos israelenses atacaram o território sírio, atingindo, segundo diferentes versões, um centro de pesquisas e um comboio de armas destinado a militantes do Hezbollah, no Líbano. O ataque motivou uma série de ameaças do Irã contra Israel e abriu a possibilidade de que o conflito sírio extrapole as fronteiras.
Em Londres, depois de discutir temas da agenda bilateral e internacional com o chanceler brasileiro, Hague ressaltou a disposição do Brasil de colaborar na gestão do conflito. "Valorizamos a sabedoria de colegas", disse. "O Brasil tem suas próprias experiências na diplomacia com o Irã e em políticas envolvendo situações como a da Síria. Então, estamos trabalhando juntos diplomaticamente nesses temas."