Rodrigo Craveiro
postado em 07/02/2013 06:08
Três tiros disparados contra a cabeça e o pescoço de Chokri Belaid calaram uma das vozes mais proeminentes da oposição na Tunísia e lançaram o país em uma grave crise política. O primeiro-ministro, Hamid Jebali, reagiu ao assassinato prometendo dissolver o governo islâmico e formar um regime de unidade nacional. Pouco antes, os deputados aliados a Chokri abandonaram a Assembleia Constituinte e convocaram uma greve geral, enquanto manifestantes tomaram as ruas de Túnis e entraram em choque com a polícia. Em outras cidades, uma multidão furiosa investiu contra o Movimento Ennahda ; o partido moderado islâmico no poder. A sede da facção, em Mezzouna, perto de Sidi Bouzid, foi incendiada e saqueada. O escritório em Gafsa (centro) também sofreu pilhagem.
O atentado contra Chokri aconteceu por volta das 8h30 (5h30 em Brasília) de ontem, diante de sua residência, no bairro de El Manzah, em Túnis. Segundo testemunhas, o político teria sido abordado pelo atirador, que dirigia uma motocicleta, no momento em que entrava em seu Fiat Punto de cor preta. Chokri ainda foi levado com vida para a Clínica Ennassr, mas morreu minutos depois. Jebali classificou o assassinato de ;ato de terrorismo;. ;É um ato criminoso, um ato de terrorismo não apenas contra (Chokri) Belaid, mas contra todo o país;, declarou à rádio Mosaique FM. A família de Belaid e pessoas próximas culparam os islamitas no poder pelo crime. ;Meu irmão foi assassinado. Eu estou desesperado e deprimido;, afirmou Abdelmajid Belaid, em entrevista à agência de notícias France-Presse. ;Acuso (o chefe do Ennahda) Rached Ghannouchi de ter ordenado a morte de meu irmão;, desabafou. Uma testemunha afirmou à polícia que suspeitou da atitude do motorista de Chokri, segundo a qual transparecia calma.
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