Rodrigo Craveiro
postado em 08/02/2013 06:09
Antes mesmo de o caixão com o corpo do líder opositor Chokri Belaid baixar hoje à sepultura, depois da Jumu;ah ; a oração muçulmana do meio-dia ;, o partido governista Movimento Ennahda pode ter enterrado a coalizão e provocado um terremoto político na Tunísia. A facção islâmica moderada rejeitou a decisão do primeiro-ministro, Hamid Jebali, de formar um novo governo de tecnocratas, anunciada depois do assassinato de Chokri, na noite de quarta-feira. ;O premiê não pediu a opinião de seu partido. Nós, do Ennahda, acreditamos que a Tunísia precisa de um governo político agora. Continuaremos as discussões com outros partidos sobre a formação de um governo de coalizão;, afirmou Abdelhamid Jelassi, vice-presidente do partido. Por sua vez, os sindicatos de trabalhadores da Tunísia, convocaram para hoje uma greve geral, a primeira desde 1978, em protesto contra a morte de Chokri.
;Vivemos tempos difíceis, de incerteza política e de insegurança. Amanhã (hoje), por causa do funeral de Chokri, teremos um dia fatídico e de alto risco;, disse ao Correio o médico tunisiano Abdelmounen Samir, 53 anos, morador de Túnis. De acordo com ele, o confronto entre o Ennahda e Jebali sinaliza um Estado debilitado. ;Este governo está ;lascado;, e o Ennadha é muito frágil;, opinou. ;Trata-se de um regime apoiado pelo povo e com um primeiro-ministro fraco.; Ontem, a polícia voltou a lançar bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes, na capital e na cidade mineradora de Gafsa (centro), onde cinco ativistas e três policiais foram hospitalizados.