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Em comemoração da Revolução, presidente iraniano critica os EUA

Mahmud Ahmadinejad considera necessária uma mudança de atitude para avanço de diálogo sobre a questão nuclear

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"Vocês fizeram de tudo para impedir que nos transformemos num país nuclear, e fracassaram. A melhor solução é a cooperação e o entendimento", acrescentou, pedindo "um diálogo com respeito e justiça, não sob a pressão de sanções".

O governo dos Estados Unidos anunciou nos últimos dias estar pronto para iniciar um diálogo bilateral direto com Teerã, dentro das negociações com o Grupo 5%2b1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha) sobre o plano nuclear iraniano, ao mesmo tempo em que aprovou novas sanções econômicas.

No entanto, o guia supremo da revolução iraniana, Ali Khamenei, que tem a última palavra em questões nucleares, rejeitou na quinta-feira qualquer possibilidade de diálogo sob ameaças.
Ahmadinejad convocou ainda os iranianos a permanecer "unidos atrás do guia", e reafirmou que a "nação iraniana não renunciará uma vírgula em seus direitos legítimos" relativos à questão nuclear.

Países Ocidentais e Israel suspeitam que o Irã pretende desenvolver armas nucleares sob a cobertura de um programa civil, possibilidade que o governo iraniano nega enfaticamente.

Milhares de iranianos participaram neste domingo em Teerã e em outras cidades do país em manifestações para comemorar o 34; aniversário da Revolução Islâmica.

Ahmadinejad participou nas celebrações na Praça Azadi (Liberdade), oeste da capital, onde foi realizado o comício principal.

Como acontece durante todas as manifestações oficiais, a multidão exibiu bandeiras iranianas, retratos do fundador da República Islâmica, do aiatolá Ruhola Khomeini, e de seu sucessor, o aiatolá Ali Khamenei.

Os manifestantes também gritaram "Morte aos Estados Unidos" e "Morte a Israel", inimigos declarados do regime islâmico.