A polícia israelense mobilizou entre 600 e 700 homens nos arredores do estádio Teddy de Jerusalém para reprimir qualquer manifestação racista por parte da torcida do Beitar Jerusalém, que recebe neste domingo o time árabe israelense Bnei Sakhnin, segundo um porta-voz.
"Implementamos um dispositivo especial de 600 a 700 policiais uniformizados e em civil para evitar qualquer desordem e reprimir toda manifestação de racismo", afirmou à AFP Micky Rosenfeld, porta-voz da polícia.
Segundo ele, esses efetivos são superiores aos mobilizados há duas semanas para uma outra partida entre o Beitar Jerusalém e outra equipe árabe, que terminou sem incidentes.
Os ônibus transportando os torcedores do Sahakhin foram escoltados pela polícia.
O ministro da Segurança Interna, Yitzhak Aharonovitch, afirmou à rádio militar que é preciso "tratar o racismo pela raiz, aplicando uma política de tolerância zero em relação a este tipo de crime".
Estas medidas de segurança foram lançadas após um aumento das tensões. Homens desconhecidos incendiaram na sexta-feira a sede do Beitar Jerusalém, cuja recente contratação de jogadores muçulmanos originários da Chechênia provocou reações racistas de uma parte dos torcedores.
O incêndio correu no dia seguinte à decisão da justiça de processar quatro torcedores do Beitar acusados de cantar cânticos racistas contra os novos jogadores durante um treino.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu considerou o episódio como "odioso". "Não podemos aceitar tais comportamentos racistas", declarou em um comunicado.
Os torcedores do Beitar são conhecidos por seu ultranacionalismo e ações anti-árabes, que valeram numerosas sanções contra o clube.