Agência France-Presse
postado em 10/02/2013 21:39
Cabul - Uma investigação oficial sobre a tortura nas prisões afegãs encontrou provas de abusos generalizados nestes centros, disse o presidente do país, Hamid Karzai, este domingo, que ordenou a investigação depois que a ONU realizou um relatório sobre o problema."Segundo o relatório da comissão de investigação, a metade dos prisioneiros entrevistados se queixou de maus tratos, perseguição, tortura durante a prisão", disse o gabinete do presidente em um comunicado.
O relatório descreve o acesso dos prisioneiros aos advogados como "problemático", mas não estabelece conclusões ou recomendações.
Karzai ordenou esta investigação depois que a ONU publicou um relatório em janeiro que citava provas de abusos frequentes no sistema penitenciário do país.
O relatório revelou que 326 dos 635 reclusos entrevistados em todo o país afirmaram que tinham sofrido abusos, incluindo 80 menores.
No relatório da ONU, os prisioneiros descreveram 40 tipos de tortura: espancamentos com cabos e tubos, golpes nas genitais, ameaças de execução ou de estupro e descargas elétricas.
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A ONU também afirmou que 81 pessoas presas em Kandahar (sudoeste) desapareceram entre setembro de 2011 e outubro de 2012.
"Essas descobertas nos preocupam seriamente", disse Jan Kubis, representante especial da ONU no Afeganistão, ao mesmo tempo que pediu ao governo para "fazer mais para evitar a tortura".
O porta-voz de Karzai, Aimal Faizi, questionou as motivações por trás do relatório da ONU e disse que o governo "não está envolvido em crimes contra presos".
Faizi também disse que a tortura e abuso dos prisioneiros não é sua política e acrescentou que a Cruz Vermelha tem total acesso aos centros de detenção afegãos.