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Dirigentes políticos e religiosos reagem com surpresa à renúncia do papa

Angela Merkel, Barack Obama e David Cameron foram algumas das figuras que se expressaram publicamente ante a renúncia do papa Bento XVI

Agência France-Presse
postado em 11/02/2013 16:26
A chanceler alemã, Angela Merkel, faz uma declaração após o anúncio de que o papa Bento XVI vai deixar o cargo, em Berlim. Merkel diz que respeita a decisão do papaBerlim - Os dirigentes políticos e religiosos mundiais reagiram à renúncia do Papa Bento XVI expressando sua surpresa e também seu respeito em relação à decisão do Sumo Pontífice.

[SAIBAMAIS]A chanceler da Alemanha natal do Papa, Angela Merkel exprimiu seu "grande respeito" pela decisão de Bento XVI.

"Se o próprio Papa, depois de muita reflexão, chegou à conclusão de que suas forças não são suficientes para exercer sua função, isso é motivo de meu maior respeito", afirmou.

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"Quando ele foi eleito Papa há oito anos, estávamos orgulhosos de nosso compatriota na Alemanha", recordou a chanceler. "Nós desejamos a ele sorte e força para sua missão".

"Como chanceler, eu agradeço a Bento XVI por seu trabalho e desejo-lhe boa sorte com todo o meu coração para os próximos anos", afirmou a dirigente.

O presidente americano Barack Obama expressou seu apreço e ofereceu suas orações em nome de todos os americanos ao Papa.

"A Igreja tem um papel decisivo nos Estados Unidos e no mundo, e desejo o melhor àqueles que em breve se reunirão para eleger o sucessor de sua Santidade, o Papa Bento XVI", afirmou em mensagem por escrito.

O primeiro-ministro britânico David Cameron afirmou que Bento XVI fará falta como "o chefe espiritual de milhões de pessoas" e desejou a ele seus melhores votos.

Consistente com a laicidade das instituições francesas, o presidente François Hollande descreveu como "eminentemente respeitável" a decisão do Papa. "A República acolhe a decisão do Papa, mas não faz nenhum comentário sobre temas pertinentes à Igreja", acrescentou.

O chefe de Estado italiano, Giorgio Napolitano, afirmou que o chefe da Igreja católica demonstrou "uma coragem extraordinária e extraordinário sentido de responsabilidade."

O novo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual dos anglicanos, declarou estar com o "coração pesado" pelo anúncio da renuncia, mas que compreendia "totalmente" esta decisão.

Já o Grande Rabino asquenaze de Israel, Yona Metzger, afirmou que Bento XVI melhorou as relações entre o cristianismo e o judaísmo e contribuiu para "uma diminuição dos atos antissemitas no mundo".

A conferência episcopal dos Estados Unidos, por sua vez, considerou a decisão do Papa como uma "nova prova de sua grande entrega à Igreja", ao mesmo tempo que homenageou o guardião das "verdades eternas" como a da vida humana.

"Estamos tristes por sua renúncia, mas fazemos um reconhecimento aos oito anos durante os quais dirigiu (a Igreja católica) com abnegação", escreveu o cardeal Timothy Dolan, presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos (USCCB), em um comunicado.

"Sua renúncia não é mais que uma nova prova de sua grande entrega à Igreja", completa a nota.

O cardeal cubano Jaime Ortega também classificou de "inestimável lição de humildade" e de "coragem" a decisão do Papa.

"A renúncia de Bento XVI é uma grande surpresa e, ao mesmo tempo, uma inestimável lição de humildade. Os católicos cubanos, e creio que todo o povo, recordamos dele com carinho por sua decisão de nos visitar (em 2012), uma ocasião tão especial para a história de nossa Igreja e de nossa Pátria", afirmou.

O líder espiritual dos ortodoxos, O Patriarca Ecumênico Bartolomeu, expressou sua tristeza pela saída de Bento XVI, a quem chamou de "amigo da Igreja do Oriente".

A Igreja Ortodoxa russa, por sua vez, já pensa no futuro e afirmou não esperar "mudanças radicais na política do Vaticano ou na atitude para com as Igrejas Ortodoxas".

"A Igreja Católica Romana sempre garante a continuidade de sua política durante a sucessão dos pontificados de sucessão", disse um porta-voz do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Ortodoxa Russa, Dmitry Sizonenko, citado pela agência de notícias Interfax.

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