Agência France-Presse
postado em 11/02/2013 17:40
Washington - O Papa Bento XVI ainda tem duas semanas para agir contra a pedofilia dentro da Igreja, afirmou nesta segunda-feira (11/2) uma organização americana de vítimas de padres pedófilos que sugeriu ainda a demissão dos bispos que ocultaram os fatos."Por mais fatigado e frágil que esteja, o Papa Bento XVI ainda tem duas semanas (até deixar o cargo) para utilizar seu imenso poder para proteger os demais jovens", afirma um comunicado do SNAP, uma organização de vítimas de padres pedófilos. "Imaginemos o impacto e a esperança que suscitaria se, em seus últimos dias, o Sumo Pontífice castigasse ou retirasse as batinas dos bispos que ocultaram os atos pedófilos", acrescenta o comunicado.
[SAIBAMAIS]Para a SNAP, o Papa "seguiu o mesmo roteiro que os dirigentes da Igreja seguiram durante anos, e falava de abusos em termos indiretos e apenas quando era obrigatório (...), empregando o passado (para fazer crer que os abusos já não acontecem hoje). "Bento XVI falou deste drama mais abertamente que seu antecessor, mas isso não é uma proeza (...). Quando era necessário atuar, o Papa Bento XVI fez muito pouco para identificar os responsáveis, castigar os autores e proteger as crianças", acrescenta o texto, concluindo que o balanço deste papado é "terrivelmente decepcionante".
A Igreja católica enfrentou nos últimos anos inúmeros escândalos envolvendo padres pedófilos. O arcebispo de Los Angeles, José Gomez, difundiu no início do mês os expedientes de casos de suposta pedofilia nos quais estão envolvidos uns cem eclesiásticos.