Agência France-Presse
postado em 12/02/2013 13:15
Seul - O teste nuclear norte-coreano abre uma janela pouco frequente e limitada para uma avaliação dos analistas sobre seu programa de armas atômicas, inquietante para a comunidade internacional pela afirmação da Coreia do Norte de que nesta terça-feira detonou um artefato "miniaturizado".
Os monitores sísmicos e os aviões detectores que podem reunir mostras radioativas do teste atômico desta terça-feira fornecerão o material para que os analistas tentem determinar a natureza e o alcance exatos desta explosão subterrânea.
A Coreia do Norte informou que o teste de "alto nível" utilizou uma "bomba atômica miniaturizada e mais leve", com um alcance muito maior do que os artefatos de plutônio que detonou em 2006 e 2009. A miniaturização é necessária para incluir uma ogiva explosiva em um míssil.
[SAIBAMAIS] O ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou que os dados sísmicos sugeriam que o alcance explosivo era muito maior que os dos dois teste anteriores, de seis a sete quilotons.
Uma questão chave que os analistas tentarão elucidar é se a Coreia do Norte passou do plutônio a um programa de armas nucleares baseado na utilização do urânio.
Determinar o tipo de material físsil requer a detecção e a análise dos gases de xênon produzidos na explosão atômica.
"Não são fáceis de encontrar e, se o teste foi bem contido, podem não ser encontrados", disse Paul Carroll, diretor de programa no Fundo Ploughshares, uma fundação de segurança global com sede na Califórnia, Estados Unidos.
"A alegação de que utilizaram um artefato miniaturizado é uma provocação, porque essa é exatamente a tecnologia que nós não queremos que tenham", destacou Carroll, antes de completar que esta é uma afirmação muito difícil de confirmar ou de desmentir.
A mesma potência de seis-sete quilotons pode ser obtida com um artefato pequeno, eficiente, ou com um grande e pouco eficiente, com dados sísmicos que não permitiriam diferenciar entre os dois, completou.
A prova de que a Coreia do Norte domina a miniaturização das ogivas explosivas seria um fator alarmante de mudança na situação, sobretudo pelo lançamento com sucesso de um foguete em dezembro, que marcou um progresso importante em sua capacidade balística.
Um teste de urânio confirmaria o que se suspeita há muito tempo: que a Coreia do Norte pode produzir armas de urânio, o que duplica sua capacidade de fabricar mais bombas no futuro.
Uma bomba básica de urânio não é mais potente que uma básica de plutônio, mas a utilização de urânio tem várias vantagens para a Coreia do Norte, que possui importantes depósitos de minério de urânio.
"Isto preocupa porque um programa de enriquecimento de urânio é muito fácil de ocultar", disse Mark Fitzpatrick, diretor do programa de não proliferação no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres.
"Não precisa de um reator como o plutônio e pode ser desenvolvido utilizando cascatas centrífugas em edifícios relativamente pequenos que não emitem calor e são difíceis de detectar", completou.
A Coreia do Norte revelou que estava enriquecendo urânio em 2010, quando permitiu que especialistas estrangeiros visitasse uma instalação com centrífuga em um complexo nuclear de Yongbyon.
Muitos analistas acreditam que Pyongyang enriquece urânio há muito tempo, material que pode ser utilizado para fabricar armas em outras instalações secretas.
Os monitores sísmicos e os aviões detectores que podem reunir mostras radioativas do teste atômico desta terça-feira fornecerão o material para que os analistas tentem determinar a natureza e o alcance exatos desta explosão subterrânea.
A Coreia do Norte informou que o teste de "alto nível" utilizou uma "bomba atômica miniaturizada e mais leve", com um alcance muito maior do que os artefatos de plutônio que detonou em 2006 e 2009. A miniaturização é necessária para incluir uma ogiva explosiva em um míssil.
[SAIBAMAIS] O ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou que os dados sísmicos sugeriam que o alcance explosivo era muito maior que os dos dois teste anteriores, de seis a sete quilotons.
Uma questão chave que os analistas tentarão elucidar é se a Coreia do Norte passou do plutônio a um programa de armas nucleares baseado na utilização do urânio.
Determinar o tipo de material físsil requer a detecção e a análise dos gases de xênon produzidos na explosão atômica.
"Não são fáceis de encontrar e, se o teste foi bem contido, podem não ser encontrados", disse Paul Carroll, diretor de programa no Fundo Ploughshares, uma fundação de segurança global com sede na Califórnia, Estados Unidos.
"A alegação de que utilizaram um artefato miniaturizado é uma provocação, porque essa é exatamente a tecnologia que nós não queremos que tenham", destacou Carroll, antes de completar que esta é uma afirmação muito difícil de confirmar ou de desmentir.
A mesma potência de seis-sete quilotons pode ser obtida com um artefato pequeno, eficiente, ou com um grande e pouco eficiente, com dados sísmicos que não permitiriam diferenciar entre os dois, completou.
A prova de que a Coreia do Norte domina a miniaturização das ogivas explosivas seria um fator alarmante de mudança na situação, sobretudo pelo lançamento com sucesso de um foguete em dezembro, que marcou um progresso importante em sua capacidade balística.
Um teste de urânio confirmaria o que se suspeita há muito tempo: que a Coreia do Norte pode produzir armas de urânio, o que duplica sua capacidade de fabricar mais bombas no futuro.
Uma bomba básica de urânio não é mais potente que uma básica de plutônio, mas a utilização de urânio tem várias vantagens para a Coreia do Norte, que possui importantes depósitos de minério de urânio.
"Isto preocupa porque um programa de enriquecimento de urânio é muito fácil de ocultar", disse Mark Fitzpatrick, diretor do programa de não proliferação no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres.
"Não precisa de um reator como o plutônio e pode ser desenvolvido utilizando cascatas centrífugas em edifícios relativamente pequenos que não emitem calor e são difíceis de detectar", completou.
A Coreia do Norte revelou que estava enriquecendo urânio em 2010, quando permitiu que especialistas estrangeiros visitasse uma instalação com centrífuga em um complexo nuclear de Yongbyon.
Muitos analistas acreditam que Pyongyang enriquece urânio há muito tempo, material que pode ser utilizado para fabricar armas em outras instalações secretas.
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Outra ameaça para a comunidade internacional na utilização de um artefato de urânio se refere à proliferação.
O urânio altamente enriquecido é o material físsil mais fácil de utilizar para fabricar uma bomba, e os conhecimentos tecnológicos e os equipamentos para enriquecer urânio são mais fáceis de transferir e de vender.
O cientista e analista nuclear Siegfried Hecker, que estava entre os que visitaram a instalação de enriquecimento de Yongbyon em 2010, disse que um teste de urânio era o mais provável, pelo desejo das autoridades norte-coreanas de aumentar seu arsenal nuclear.
A Coreia do Norte tem um arsenal de plutônio muito limitado - suficiente, segundo as estimativas de Hecker, para quatro a oito bombas - e fechou sua única fonte de plutônio, um reator de cinco megawatts em Yongbyon, em 2007.
O urânio altamente enriquecido é o material físsil mais fácil de utilizar para fabricar uma bomba, e os conhecimentos tecnológicos e os equipamentos para enriquecer urânio são mais fáceis de transferir e de vender.
O cientista e analista nuclear Siegfried Hecker, que estava entre os que visitaram a instalação de enriquecimento de Yongbyon em 2010, disse que um teste de urânio era o mais provável, pelo desejo das autoridades norte-coreanas de aumentar seu arsenal nuclear.
A Coreia do Norte tem um arsenal de plutônio muito limitado - suficiente, segundo as estimativas de Hecker, para quatro a oito bombas - e fechou sua única fonte de plutônio, um reator de cinco megawatts em Yongbyon, em 2007.