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Pressão política pelo domínio da Cúria Romana motivou renúncia de Bento XVI

Especialistas apontam que intrigas palacianas, como o vazamento das cartas secretas do papa, foram determinantes para o desgaste do pontífice frente à máquina de gestão do Vaticano

postado em 14/02/2013 08:22
O novo papa terá o desafio de contornar a resistência dos comandados em relação a orientações mais conservadoras ante as demandas 'modernas'
O tom e os termos da homilia pronunciada na missa de cinzas reforçaram suepeitas e indícios levantados, dois dias antes, pelo surpreendente anúncio de que Bento XVI deixará o pontificado no próximo dia 28. No texto lido ontem, o papa explicitou para o mundo o conflito entre grupos que disputam os rumos da Igreja Católica, em paralelo aos desencontros da instituição milenar com questões polêmicas da atualidade. O desafio para os vaticanistas é bem mais complexo que avaliar o embate ideológico entre conservadores, na maioria europeus, e liberais, concentrados na América Latina, onde vive metade dos 1,2 bilhão de fiéis católicos.

O controle dos abusos da casta burocrática na sede da Igreja é o ponto central dos fatos que levaram ao processo histórico aberto na última segunda-feira, e cujo desfecho começa com a abertura do conclave, na segunda semana de março. Não há prazo preestabelecido para uma decisão, mas a expectativa é de que a fumaça branca saia da chaminé ao lado da Capela de São Pedro até a Páscoa, consagrando o novo líder do catolicismo.



;O contexto que levou Bento XVI a tomar a decisão extrema de deixar o trono de Pedro se assemelha à vivida em 1294 por Celestino V, um dos outros três papas que renunciaram;, explica o jornalista J. D. Vital, um dos maiores estudiosos no Brasil sobre a disputa de poder dentro da Igreja. Segundo ele, ambos os pontífices tiveram de enfrentar pressões políticas pelo domínio da máquina de gestão do Vaticano representada pela Cúria Romana.

Especialistas apontam que intrigas palacianas, como o vazamento das cartas secretas do papa, foram determinantes para o desgaste do pontífice frente à máquina de gestão do Vaticano

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