Agência France-Presse
postado em 15/02/2013 20:06
Londres - A conta da vigilância policial do fundador do WikiLeaks Julian Assange na embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado desde junho, supera 2,9 milhões de libras (o equivalente a 4,5 milhões de dólares ou 3,4 milhões de euros), segundo estimativa divulgada nesta sexta-feira pela Scotland Yard.Vários agentes da polícia de Londres se revezam para ficar de guarda dia e noite em frente à representação diplomática sul-americana, situada no elegante bairro de Knightsbridge. O australiano já leva oito meses recluso por temer uma eventual extradição aos Estados Unidos.
Os agentes têm ordem de prendê-lo se colocar o pé fora da sede diplomática por descumprir os termos de sua liberdade condicional.
Assange se refugiou na embaixada do Equador no dia 19 de junho após esgotar todos os recursos legais no Reino Unido. O fundador do Wikileaks estava a ponto de ser extraditado para a Suécia, país em que é suspeito de ter cometido quatro delitos de agressão sexual dos quais não foi formalmente acusado.
A maior parte da conta policial, 2,3 milhões de libras (o equivalente a 3,6 milhões de dólares ou 2,7 milhões de euros), corresponde aos salários dos policiais, que teriam cobrado o mesmo que em qualquer tipo de missão, e as 600.000 libras restantes seriam referentes às horas extras.
Um porta-voz da embaixada apontou que o governo do Equador, que concedeu asilo político ao australiano no dia 16 de agosto, estava "preocupado com este custo significativo para o contribuinte".
"No entanto, acreditamos que este gasto poderia ser evitado se o governo britânico desse as garantias que o governo equatoriano busca de que não haverá extradição posterior de Julian Assange aos Estados Unidos", acrescentou.
"Até que tenhamos estas garantias, o governo equatoriano continuará protegendo os direitos humanos de Julian Assange consagrados pelo direito internacional", concluiu.
Assange sempre se declarou inocente dos crimes denunciados por duas mulheres com as quais ele afirma ter mantido relações consensuais durante uma viagem a Estocolmo em 2010. O australiano teme que a extradição à Suécia seja apenas uma etapa antes de sua entrega aos Estados Unidos.
O fundador do WikiLeaks e seus partidários acreditam que ele esteja sendo investigado por um grande tribunal sigiloso norte-americano pelo vazamento de dezenas de milhares de documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão e de despachos confidenciais do Departamento de Estado, pelo que ele correria o risco de ser condenado à morte.