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Boinas Vermelhas do Mali serão reestruturados até o próximo mês

Agência France-Presse
postado em 16/02/2013 09:09

Bamako - O regimento dos Boinas Vermelhas do Mali, unidade do exército que se viu envolvida em confrontos mortais com outros militares, será reestruturado e alguns de seus homens, enviados ao norte do país no máximo até março, anunciou na noite desta sexta-feira o governo malinense.

Em um comunicado lido na televisão pública malinense ORTM, o premier Diango Cissoko anunciou que fez várias "propostas ao presidente da República (Dioncounda Traoré), que as aprovou", no âmbito da resolução da "crise no seio das forças armadas".

Esta crise começou em 2012, com ataques em Bamaco atribuídos aos membros do 33; Regimento do Comando Paraquedista (RCP), cujos homens são apelidados de Boinas Vermelhas, contra posições dos Boinas Verdes, também militares, que em 22 de março daquele ano depuseram o presidente Amadou Toumani Touré, um ex-Boina Vermelha.

Desde então, vários integrantes do RCP foram detidos (alguns receberam a liberdade condicional em janeiro) e seus membros foram integrados a outras unidades.

No entanto, segundo as autoridades militares, a maioria se negou a ingressar nestas unidades e em 8 de fevereiro passado, o acampamento dos Boinas Vermelhas em Bamaco, onde havia famílias abrigadas, foi atacado por militares, cumprindo ordens do Estado maior do exército que pretendia fazê-los sair. O ataque acabou com dois adolescentes mortos e 13 pessoas feridas.

Após as negociações com todas as partes, estabeleceu-se que "as decisões de transformação" dos Boinas Vermelhas em outras unidades "tomadas pela hierarquia militar serão executadas" e que "o 33; RCP será reestruturado", segundo o comunicado do primeiro-ministro.

Há um mês começou no Mali uma intervenção francesa para deter a ofensiva islamita rumo ao sul do país e à capital, Bamaco. Isto permitiu, com a ajuda das tropas malinenses, recuperar em duas semanas as cidades de Gao, Timbuktu e Kidal, as grandes metrópoles do norte do país africano, ocupadas durante nove meses por grupos islamitas vinculados à Al Qaeda.

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