Bagdá - Ao menos 21 pessoas morreram neste domingo em uma série de atentados com carros-bomba em vários bairros majoritariamente xiitas de Bagdá, segundo fontes médicas e oficiais.
Três carros bomba explodiram no bairro de Sadr City, no norte, e outros três nos bairros de Al-Amin, Al-Husseiniyah e Kamaliyah, setores no leste da capital. Além disso, fontes informaram que uma bomba explodiu em uma rua de Kerrada, um bairro central de Bagdá.
Os ataques deixaram 21 mortos e mais de 120 feridos. Um boletim divulgado anteriormente informava sobre 15 mortos e 80 feridos.
Estas vítimas elevam a pelo menos 150 o número de mortos na onda de violência que assola o Iraque desde o início de fevereiro, segundo cálculos da AFP baseados em informações médicas e em fontes ligadas à segurança do país.
"O que fizemos para sermos vítimas de conflitos políticos?", gritou uma mulher de Sadr City, onde as forças de segurança reforçaram o contingente e isolaram alguns setores do bairro, um dos mais populosos e pobres da capital.
Amedrontadas com os ataques, algumas pessoas procuravam seus familiares nos superlotados hospitais locais, informou um correspondente da AFP.
"Eles brigam o tempo todo e somos nós que morremos. Os civis são sempre vítimas", disse Ali Kadhim, dono de uma loja próxima ao local dos atentados.
Um outro morador, Hussein Mohammed, ficou ferido e teve o carro destruído pela explosão. Ele se pergunta como uma bomba pôde passar pelos controles de segurança de Sadr City.
"Fiquei duas horas esperando para entrar em Sadr City por causa do controle de segurança. Como é que esse carro bomba conseguiu entrar?" gritou o homem, que estava com as roupas rasgadas e com manchas de sangue. "Onde está a segurança?", se perguntava.
Medidas de segurança reforçadas foram tomadas em Sadr City após os atentados, e algumas áreas foram bloqueadas.
As forças de segurança controlavam os carros na principal entrada da cidade e alguns helicópteros sobrevoavam o bairro, segundo outro jornalista da AFP.
Estes ataques somam-se à onda de violência que se intensificou nas últimas semanas no Iraque, tendo como alvo principalmente a comunidade xiita, em meio à crise política vivida no país. Há dois meses, o Iraque é palco de manifestações contra o governo do primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki.
No sábado, um funcionário do serviço de informação e seus seguranças foram mortos em dois atentados suicidas perto da cidade de Mossul, no norte do país. Um juiz e um tenente também foram assassinados em ataques ocorridos no mesmo dia.
Embora os níveis de violência atual não se comparem com os da época do conflito sectário de 2006-2007, os atentados continuam atingindo o país quase diariamente.