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Chavistas comemoram a volta do presidente Chávez a Caracas

"Hoje a Venezuela amanheceu com mais amor e alegria do que nunca, com a notícia de que nosso presidente voltou", declarou Franchesco Gulli, uma das vinte pessoas que celebravam o retorno de Hugo Chávez



O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, informou nesta segunda-feira que "criará" um espaço no hospital "para que as pessoas possam estar perto" do presidente, mas sem que "perturbem o serviço médico". Partidários do presidente também se reuniram na Praça Bolívar, no centro de Caracas, após um apelo do governo para comemorar a notícia em todas as praças do país com esse nome.

A enfermeira do hospital militar Adélia Lopez foi outra que participou da festa. Ela contou que no domingo percebeu que "havia muitas restrições" para entrar no local. "Dei-me conta que os militares estavam muito agitados", mas admitiu que "não sabia de nada". "Ele está bem protegido lá", disse a mulher, de 57 anos, explicando que o mais provável é que Chávez esteja instalado no nono andar do hospital, onde em 2011 recebeu o terceiro de quatro ciclos de quimioterapia.

[SAIBAMAIS]"Eu tenho certeza que ele vai se curar e que voltou para governar novamente o país (...) enquanto isso, a revolução continua porque a oposição não irá retornar" ao poder, expressou Mirabel Canales, 40 anos, na praça onde dezenas de pessoas dançavam ao som da música, segurando cartazes com o rosto do presidente e cantavam "Nós te amamos, nós te amamos".

Para Luis Menendez, um artesão de 49 anos, Chávez voltou "para reforçar a esperança do povo", depois de mais de dois meses de "incerteza" e durante o qual, segundo ele, "as pessoas pediram em orações a cura para o presidente para continuar a governar" após ser reeleito em outubro. "Eu tenho certeza que voltará ao poder", declarou.

Nos arredores da praça, motociclistas e veículos circulavam com a bandeira da Venezuela, atendendo a um chamado de Cabelo para que tirassem as bandeiras de suas casas para se juntar à festa.

E mesmo se o presidente ainda não for capaz de tomar posse, pendente desde janeiro devido a reincidência do câncer, Menendez acredita que "Chávez vai continuar sendo nosso líder e guia de um processo revolucionário que deve continuar". "Primeiro precisa se recuperar e logo depois assumir. Mas se não puder, que renuncie e se coloque como assessor (do governo), como Fiel (Castro)", opinou Fernando Abala, de 38 anos, em uma avenida de leste de Caracas.