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Presidente sírio diz estar certo da vitória das tropas contra os rebeldes

Os rebeldes tomaram o controle nesta segunda-feira (18/2) de um posto de controle militar na estrada que leva ao aeroporto internacional

Agência France-Presse
postado em 18/02/2013 17:47
Damasco - O presidente sírio Bashar al-Assad disse estar certo da vitória de suas tropas contra os rebeldes, em um momento em que Carla del Ponte, da Comissão de Investigação independente da ONU, pediu que a justiça internacional seja acionada para investigar os crimes de guerra.

A União Europeia decidiu, por sua vez, prolongar por três meses as sanções contra a Síria, sem se pronunciar sobre a retirada do embargo sobre as armas, um pedido de Londres. No terreno, a batalha continua nos arredores dos aeroportos de Aleppo, no norte do país. Os rebeldes tomaram o controle nesta segunda-feira (18/2) de um posto de controle militar na estrada que leva ao aeroporto internacional, de acordo com uma ONG síria, enquanto as tropas leais bombardeiam as zonas insurgentes na região.

Tão inflexível quanto no início da revolta contra o seu regime, Assad afirmou ter certeza de que pode vencer a guerra, em declarações feitas a políticos libaneses e reproduzidas nesta segunda-feira por um jornal pró-Síria de Beirute. "Estamos confiantes na vitória", indicou, salientando as "façanhas políticas e militares" do regime. "Isso não significa que tudo está resolvido, ainda temos muito a fazer na política e na luta contra os grupos extremistas terroristas", acrescentou.


Bashar al-Assad compara os rebeldes aos terroristas e os acusa de serem financiados e apoiados pelo exterior, principalmente pela Arábia Saudita, Qatar e Turquia.

Del Ponte apela ao TPI

Em Bruxelas, os ministros das Relações Exteriores da UE decidiram manter até o final de maio as sanções contra Damasco e "fornecer um apoio não letal maior e uma assistência técnica para a proteção dos civis". Em um contexto de profundas divergências sobre a oportunidade de abrandar o embargo sobre as armas destinadas aos rebeldes, os europeus preferiram ampliar o prazo por mais três meses para decidir.

[SAIBAMAIS]Frente ao horror da violência que tirou a vida de 70.000 pessoas e levou ao êxodo milhares de refugiados, Carla Del Ponte declarou em Genebra que esta é a hora da justiça internacional agir a respeito dos crimes de guerra cometidos no país.

"Nós sugerimos o Tribunal Penal Internacional", disse, ao apresentar o novo relatório da comissão denunciando a escalada de crimes de guerra cometidos pelo regime e pelos rebeldes. "É incrível que o Conselho de Segurança da ONU não tomou qualquer decisão" em dois anos, lamentou.

A ex-procuradora lembrou que a Comissão forneceu ao Conselho da ONU uma lista, mantida em segredo, com os nomes dos oficiais envolvidos em crimes de guerra na Síria. De acordo com o novo relatório da Comissão de Investigação, criada em 2011 e que ainda não foi capaz de visitar a Síria, o conflito "também reduziu a zero toda a estrutura social complexa do país" e "põe em risco as gerações futuras e ameaça a paz e a segurança em toda a região".

O relatório condena os dois protagonistas do conflito por crimes de guerra, ressaltando que o governo é o principal responsável pelas atrocidades cometidas. "As duas partes do conflito violaram as regras internacionais de direitos das crianças, utilizando-os como infantaria", prosseguiu.

Nesta segunda-feira (18/2), os rebeldes apreenderam um posto de controle militar na estrada para o Aeroporto Internacional de Aleppo, como parte da "grande batalha dos aeroportos" na região, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que conta com uma rede de ativistas e médicos de todo o país.

Já o Exército sírio afirmou que se prepara para "limpar" nas próximas 48 horas a área mantida pelos insurgentes, enquanto os combates prosseguem. Em 12 de fevereiro, os rebeldes lançaram a "Batalha dos aeroportos", na região de Aleppo, na tentativa de neutralizar a principal vantagem do regime, seu poder de fogo aéreo.

O OSDH informou a morte de 94 pessoas nesta segunda-feira em meio à violência em todo o país.

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