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Em operação contra tráfico de madeira, duzentas pessoas foram detidas

A operação, realizada entre 17 de setembro e 17 de novembro de 2012, aconteceu no Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras, Paraguai, Peru e Venezuela

Agência France-Presse
postado em 19/02/2013 14:58
Lyon - Duzentas pessoas foram detidas em 12 países da América Latina na primeira operação internacional contra o corte e o comércio ilegal de madeira realizada pela Interpol, informou nesta terça-feira a instituição em um comunicado.

A operação, realizada entre 17 de setembro e 17 de novembro de 2012, aconteceu no Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras, Paraguai, Peru e Venezuela.

O valor total da madeira apreendida chega a oito milhões de dólares. Calcula-se que foram apreendidos mais de 50.000 metros cúbicos de madeira, o que equivale a 2.000 cargas de caminhão.

Foram realizadas inspeções e investigações sobre veículos de transporte, estabelecimentos varejistas e indivíduos, e portos e vários centros de transporte foram vigiados, segundo a Interpol. Os países participantes registraram um total de 194 prisões. Atualmente, 118 pessoas estão sendo investigadas.

Esta operação procura, entre outras coisas, desenvolver a cooperação prática e a comunicação entre as instâncias nacionais, que tentam obter a aplicação da legislação relativa ao meio ambiente, incluindo autoridades florestais, policiais, alfândegas e unidades especializadas.



Estas ações "marcam o início dos esforços da Interpol para ajudar os países membros a combater o corte ilegal e os crimes florestais, que não apenas afetam a saúde, a segurança e a qualidade de vida das comunidades dependentes dos recursos florestais, como também causam gastos significativos aos governos", afirmou David Higgins, chefe do Programa da Interpol sobre Delitos contra o Meio Ambiente, segundo o comunicado.

A experiência desta primeira operação será "usada como base para futuras ações mais incisivas contra a exploração florestal, em cooperação com países membros. A Interpol seguirá apoiando os países a realizar melhorias sustentáveis no longo prazo em matéria de aplicação da legislação, diante do desmatamento ilegal e insustentável", acrescentou Davyth Stewart, também da Interpol, que tem ao seu cargo o Projeto Leaf.

Este projeto é uma iniciativa dirigida pela Interpol, com a participação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Agência Norueguesa para Cooperação e Desenvolvimento. "O caráter transnacional da exploração florestal ilegal dificulta a aplicação da lei", afirma a Interpol.

Entre agosto de 2011 e julho de 2012, a superfície desmatada da Amazônia brasileira foi de 4.656 km2, a mais baixa desde que existem registros oficiais sobre o tema, o que significa uma redução de 27% em relação aos doze meses anteriores.

O Brasil, um dos responsáveis pelas mudanças climáticas devido à destruição de suas florestas e bosques, que liberam grandes massas de CO2 com a falta de vegetação para deter o gás, alcançou um pico histórico de desmatamento no período 2003-2004 de 27.772 km2.

Já o governo peruano assumiu em outubro passado o objetivo de alcançar um "desmatamento zero" para 2021 na região amazônica a fim de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Honduras, que perdia 58.000 hectares de floresta ao ano pelo corte para o comércio e a industrialização ilegal de madeira, para o gado, a agricultura e o uso doméstico, como a lenha, também traçou uma estratégia para tentar frear o desmatamento.

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