postado em 21/02/2013 08:17
Bogotá - Pequenos agricultores colombianos, que antes cultivavam a planta de coca para sobreviver, começam nesta quinta-feira (21/2) a exportar cacau . Ao todo, serão exportadas 10 toneladas do produto ao mercado europeu. Os camponeses fazem parte do Programa de Desenvolvimento Alternativo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodc).O programa atua em comunidades da Colômbia na prevenção do cultivo ilícito da planta de coca, oferecendo alternativas de plantio de cultivos lícitos, como o cacau e o café orgânico. É a primeira vez que os produtores exportam esse volume à Europa. Trezentos e sessenta camponeses, de três associações do departamento de Chocó, no Noroeste do país, fazem parte do projeto de cultivos alternativos da Unodc.
[SAIBAMAIS]Segundo a Unidade Administrativa de Consolidação Territorial da Colômbia, a exportação de cacau é emblemática porque é a prova de que o programa de cultivo alternativo é viável. ;Isso representa um avanço significativo na luta contra os cultivos ilícitos;, disse o diretor da unidade, Germán Chamorro.
A exportação foi possível graças ao convênio entre a Zotter, empresa austríaca de chocolate, e o governo colombiano. Com a primeira venda ao exterior, a expectativa é que, a curto e médio prazo, mais iniciativas se consolidem, por meio de convênios entre governos, empresas e organismos internacionais. A empresa austríaca interessou-se pelo cacau orgânico colombiano e o governo viabilizou a certificação do produto. Os pequenos agricultores conseguiram a Certificação Orgânica Internacional e a Certificação Comércio Justo, duas das mais importantes no mundo.
O representante da Unodc na Colômbia, BO Mathiasen, também destacou a importância da iniciativa. ;São essas parcerias que possibilitam a geração de recursos sustentáveis e legais para melhorar as condições de vida de famílias que decidiram deixar de lado a economia ilegal dos cultivos ilícitos de coca;, acrescentou.
O departamento de Chocó é um dos mais pobres da Colômbia, com forte presença de narcotraficantes e grupos armados ilegais que produzem e comercializam a cocaína. Vários camponeses da região plantam coca por pressão desses grupos ou por falta de opção de plantio de outras culturas.