Agência France-Presse
postado em 21/02/2013 08:54
Moscou - O embaixador norte-americano na Rússia, Michael McFaul, se negou nesta quinta-feira (21/2) a comparecer ao Parlamento russo, onde foi convocado a depor pelo caso da morte de um menino russo adotado nos Estados Unidos."Segundo as regras, os embaixadores norte-americanos não participam nas sessões parlamentares estrangeiras. Os embaixadores russos fazem isto", escreveu McFaul no Twitter. Na quarta-feira, a presidente da Comissão da Família e Infância da Duma (a câmara baixa do parlamento), Elena Mizulina, pediu ao embaixador que apresentasse explicações pela morte no Texas de um menino russo de 3 anos.
[SAIBAMAIS]O secretário do Kremlin para os direitos da infância, Pavel Astajov, aumentou a polêmica sobre os menores de idade adotados nos Estados Unidos ao afirmar que a morte da criança no Texas foi provocada pela mãe adotiva. O anúncio aumentou a tensão entre Rússia e Estados Unidos, que passam por uma crise desde a proibição de famílias norte-americanas de adotar crianças russas.
Alexei Pushkov, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Duma, criticou a recusa do embaixador norte-americano, que para ele mostrou que seu país "não está disposto a um diálogo sério sobre o problema". A lei russa que proíbe os norte-americanos de adotar crianças russas entrou em vigor em 1 de janeiro de 2013.
A medida é uma resposta à "lista Magnitski", uma lei que o presidente Barack Obama promulgou e que não permite viagens aos Estados Unidos de dirigentes russos envolvidos na morte na prisão, em 2009, do advogado Serguei Magnitski ou em outras violações dos direitos humanos.
A lei contra as adoções leva o nome de Dima Yakovlev, um menino russo adotado nos Estados Unidos em 2008 e que morreu quando seu pai adotivo norte-americano o esqueceu dentro de um carro em plena onda de calor.