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Papa promete proximidade espiritual a cardeais após a renúncia

Bento XVI fez, ainda, uma advertência sobre os "males do mundo, o sofrimento e a corrupção"

Agência France-Presse
postado em 23/02/2013 09:15
Papa anunciou no último dia 11 sua renúncia a partir de 28 de fevereiro
Cidade do Vaticano - O Papa Bento XVI prometeu neste sábado (23/2) aos cardeais sua "proximidade espiritual" após a formalização de sua renúncia histórica, em 28 de fevereiro, e fez uma advertência sobre os "males deste mundo, o sofrimento e a corrupção". "Mesmo se concluo hoje a comunhão exterior visível, permanece a proximidade espiritual, uma profunda comunhão da oração", disse o Papa ao fim de uma semana de retiro espiritual durante a qual refletiu sobre "o maligno, os males do mundo, o sofrimento e a corrupção".

O Papa agradeceu aos cardeais pela companhia "nesta semana" de reflexão que abre a Quaresma e falou da importância da palavra de Deus, depois de recordar que "o maligno" quer "sujar a criação para contradizer Deus e tornar irreconhecíveis sua verdade e sua beleza".

No discurso, o Papa citou a "beleza do sexto dia" e os "males deste mundo, o sofrimento, a corrupção", que a contradizem.

Bento XVI anunciou em 11 de fevereiro sua renúncia a partir de 28 de fevereiro, uma decisão inédita na história recente da Igreja.



A saída do Papa gerou reações em todo o mundo, em particular na Itália, onde a imprensa tem publicado uma série de reportagens sobre uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano, o que ofusca o Conclave para a eleição de um novo Papa.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, rebateu neste sábado "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do chamado "lobby gay" publicadas na imprensa.

"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e desorientação, após o anúncio de que o Papa Bento XVI abandonará seu cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou em uma entrevista a Rádio Vaticano.

"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios, não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais da existência", completou.

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