Agência France-Presse
postado em 24/02/2013 11:47
CIDADE DO VATICANO - O Papa Bento XVI anunciou neste domingo em sua última oração do Angelus que se dedicará à oração e à meditação, depois de sua histórica renúncia, o que não significa que abandonará a Igreja, advertiu com a voz emocionada.
"Deus me pediu para dedicar-me à oração e à meditação", afirmou neste domingo para milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para sua última oração do Angelus como pontífice.
[SAIBAMAIS] "Neste momento de minha vida sinto que a palavra de Deus está dirigida a mim. O Senhor me chama a subir ao monte, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação", disse um emocionado pontífice diante de 100.000 pessoas, que o interromperam várias vezes com aplausos e gritos de "obrigado".
"Se Deus me pede isto é justamente para que possa continuar servindo à Igreja com a mesma dedicação e amor como qual tenho feito até agora, mas de uma maneira mais adequada a minha idade e a minhas forças", explicou o Papa alemão, que em abril completará 86 anos.
O Papa, que deixará o pontificado em 28 de fevereiro, um gesto inédito na história recente da Igreja, recebeu o carinho da multidão reunida na praça, que exibia cartazes e faixas, incluindo uma escrita em italiano: "Querido Papa, vai fazer falta".
O Angelus foi pronunciado da sacada de seu aposento privado no palácio apostólico, como é comum nos meses de verão, pois no inverno costuma acontece na sala Paulo VI, que tem capacidade para 10.000 pessoas.
Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, mais de 100.000 pessoas compareceram à Praça de São Pedro, nada comparável com a multidão registrada por João Paulo II nos meses anteriores a sua morte em abril de 2005.
Como é habitual durante a saudação dominical, o Papa falou em vários idiomas para agradecer aos peregrinos, incluindo em português.
"Estaremos sempre perto", concluiu o pontífice.
Improvisando, o Papa brincou a respeito do clima e disse que "apareceu o sol" em Roma, ao contrário das previsões de chuva da meteorologia.
"Vim para manifestar meu apoio e pedir a bênção", contou o seminarista brasileiro João Paulo, de 26 anos.
Para muitos presentes, a decisão de Bento XVI marcará a história da instituição milenar com 1,2 bilhão de católicos.
"Esta bênção é particularmente importante. O Papa é o ícone do espírito cristão", comentou o italiano Gianpaolo, de 33 anos, que viajou de L;Aquila (centro da Itália) para presenciar o momento.
Neste domingo, o Papa também enviou um de seus últimos tuítes.
"Neste momento particular, peço que orem por mim e pela Igreja, confio como sempre na Providência de Deus", escreveu.
Centenas de voluntários ajudaram os peregrinos e turistas que compareceram à audiência histórica, que também coincide com um dia de eleições legislativas vitais na Itália.
Na quarta-feira, 27 de fevereiro, o pontífice presidirá a última audiência geral, que também acontecerá na Praça de São Pedro, um dia antes de sua renúncia.
Bento XVI partirá em 28 de fevereiro de helicóptero para Castelgandolfo, a 30 km de Roma, às 17H00 e às 20H00 (16H00 de Brasília) a renúncia ao papado será efetiva, explicou Lombardi.
Todos os atos do Papa previstos para depois de 28 de fevereiro foram anulados.
Segundo fontes religiosas, ele perderá a sotaina branca mas conservará o título de "Sua Santidade Bento XVI", seu anel será destruído e deixará de ser infalível, o dom que a Igreja reserva apenas aos Papas no campo dos dogmas.
Mas a despedida está sendo acidentada. Nos últimos dias, a imprensa italiana divulgou escândalos e comportamentos pouco éticos na Cúria Romana que abalaram os quase oito anos de pontificado de Bento XVI.
Segundo o jornal La Repubblica e a revista Panorama, o Papa decidiu renunciar depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.
No documento, eles descreve lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
Ao contrário do habitual, o Vaticano reagiu no sábado com firmeza e criticou as "informações falsas", "boatos" e "calúnias" publicadas pela imprensa. Também afirmou que esta é uma manobra para "condicionar" o Conclave que escolherá o novo Papa.
"Deus me pediu para dedicar-me à oração e à meditação", afirmou neste domingo para milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para sua última oração do Angelus como pontífice.
[SAIBAMAIS] "Neste momento de minha vida sinto que a palavra de Deus está dirigida a mim. O Senhor me chama a subir ao monte, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação", disse um emocionado pontífice diante de 100.000 pessoas, que o interromperam várias vezes com aplausos e gritos de "obrigado".
"Se Deus me pede isto é justamente para que possa continuar servindo à Igreja com a mesma dedicação e amor como qual tenho feito até agora, mas de uma maneira mais adequada a minha idade e a minhas forças", explicou o Papa alemão, que em abril completará 86 anos.
O Papa, que deixará o pontificado em 28 de fevereiro, um gesto inédito na história recente da Igreja, recebeu o carinho da multidão reunida na praça, que exibia cartazes e faixas, incluindo uma escrita em italiano: "Querido Papa, vai fazer falta".
O Angelus foi pronunciado da sacada de seu aposento privado no palácio apostólico, como é comum nos meses de verão, pois no inverno costuma acontece na sala Paulo VI, que tem capacidade para 10.000 pessoas.
Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, mais de 100.000 pessoas compareceram à Praça de São Pedro, nada comparável com a multidão registrada por João Paulo II nos meses anteriores a sua morte em abril de 2005.
Como é habitual durante a saudação dominical, o Papa falou em vários idiomas para agradecer aos peregrinos, incluindo em português.
"Estaremos sempre perto", concluiu o pontífice.
Improvisando, o Papa brincou a respeito do clima e disse que "apareceu o sol" em Roma, ao contrário das previsões de chuva da meteorologia.
"Vim para manifestar meu apoio e pedir a bênção", contou o seminarista brasileiro João Paulo, de 26 anos.
Para muitos presentes, a decisão de Bento XVI marcará a história da instituição milenar com 1,2 bilhão de católicos.
"Esta bênção é particularmente importante. O Papa é o ícone do espírito cristão", comentou o italiano Gianpaolo, de 33 anos, que viajou de L;Aquila (centro da Itália) para presenciar o momento.
Neste domingo, o Papa também enviou um de seus últimos tuítes.
"Neste momento particular, peço que orem por mim e pela Igreja, confio como sempre na Providência de Deus", escreveu.
Centenas de voluntários ajudaram os peregrinos e turistas que compareceram à audiência histórica, que também coincide com um dia de eleições legislativas vitais na Itália.
Na quarta-feira, 27 de fevereiro, o pontífice presidirá a última audiência geral, que também acontecerá na Praça de São Pedro, um dia antes de sua renúncia.
Bento XVI partirá em 28 de fevereiro de helicóptero para Castelgandolfo, a 30 km de Roma, às 17H00 e às 20H00 (16H00 de Brasília) a renúncia ao papado será efetiva, explicou Lombardi.
Todos os atos do Papa previstos para depois de 28 de fevereiro foram anulados.
Segundo fontes religiosas, ele perderá a sotaina branca mas conservará o título de "Sua Santidade Bento XVI", seu anel será destruído e deixará de ser infalível, o dom que a Igreja reserva apenas aos Papas no campo dos dogmas.
Mas a despedida está sendo acidentada. Nos últimos dias, a imprensa italiana divulgou escândalos e comportamentos pouco éticos na Cúria Romana que abalaram os quase oito anos de pontificado de Bento XVI.
Segundo o jornal La Repubblica e a revista Panorama, o Papa decidiu renunciar depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.
No documento, eles descreve lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
Ao contrário do habitual, o Vaticano reagiu no sábado com firmeza e criticou as "informações falsas", "boatos" e "calúnias" publicadas pela imprensa. Também afirmou que esta é uma manobra para "condicionar" o Conclave que escolherá o novo Papa.
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Segundo a imprensa, o relatório foi entregue ao Papa em dezembro e havia sido encomendado pelo chefe da Igreja Católica após a explosão do escândalo "Vatileaks", o vazamento de cartas e documentos confidenciais do pontífice e que acabou com a condenação do mordomo de Bento XVI, que acabou perdoado posteriormente pelo pontífice alemão.