JERUSALEM - Israel pediu neste domingo à Autoridade Palestina para acabar com as manifestações na Cisjordânia, organizadas em solidariedade aos 4.500 palestinos detidos pelo Estado hebreu que estão em greve de fome após a morte de um de seus companheiros.
"Israel enviou, por seu emissário Yitzhak Molcho, um pedido à Autoridade Palestina para que acalme o território" da Cisjordânia ocupada, de acordo com um comunicado.
"Para que o não-pagamento das taxas que Israel coleta para os palestinos não sirva de desculpa à Autoridade Palestina para não acalmar o território, Netanyahu ordenou que o dinheiro referente ao mês de janeiro seja transferido", informou o texto.
Em janeiro, Israel já havia desbloqueado 100 milhões de dólares de diversas taxas e impostos que recolhe para a Autoridade palestina. O repasse foi interrompido em dezembro após a acessão da Palestina ao status de Estado Observador da ONU.
A decisão de Israel acontece num momento de intensificação das manifestações contra o país.
Neste domingo, manifestações ocorreram na Cisjordânia, em solidariedade aos palestinos detidos em Israel que fazem greve de fome para protestar contra a morte de um companheiro, Arafat Jaradat.
"No total, 4.500 aderiram à greve de fome que deve durar um dia", afirmou à AFP o porta-voz dos serviços penitenciários israelenses, Sivan Weizman, o que significa quase todos os palestinos detidos em Israel.
Manifestantes em Hebron, cidade natal de Arafat, entraram em confronto com as forças de segurança israelenses. Cerca de 100 palestinos jogaram pedras e pneus incendiados sobre as forças de segurança, de acordo com um porta-voz do exército israelense, mas o número de feridos não foi informado.
Jaradat faleceu no sábado devido a um "mal-estar" na prisão de Megiddo (norte de Israel), de acordo com o Shin Bet, serviço de segurança interna israelense que o interrogava.
Jaradat tinha 30 anos e havia sido preso em 18 de fevereiro após confrontos na colônia de Kiryat Arba, perto de Hebron.
De acordo com palestinos, ele fazia parte das brigadas de mártires do Al-Aqsa, grupo armado ligado ao Fatah.
A necropsia da vítima será realizada neste domingo em Israel e o ministro palestino de Prisioneiros, Issa Qaraqae, confirmou que um médico palestino e a família de Jaradat estarão presentes.
A associação israelense de defesa dos direitos humanos B;Tselem exigiu "a abertura de uma investigação independente, efetiva e transparente, e que seja finalizada rapidamente".
Outros quatro prisioneiros palestinos que estão em greve de fome há mais de um mês para protestar contra suas detenções foram encaminhados a um hospital para exames médicos, afirmou neste domingo Weizman.