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Ação de Bento XVI contra progressistas foi bem avaliada pelo regime militar

Em relatório de 1988, arapongas do regime militar consideravam benéficas para o Brasil a postura da Cúria Romana em relação à censura a livros de religiosos esquerdistas

postado em 25/02/2013 08:22
O cardeal Joseph Ratzinger, na época prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, com o papa João Paulo II, de quem se tornaria sucessor: dobradinha contra a Teologia da Libertação
Trechos do relatório do Serviço Nacional de Informações (SNI) sobre a pressão da Santa Sé contra os 'radicais da CNBB': regime de olho na IgrejaHá 25 anos, já se imaginava que a Igreja Católica tomaria rumos conservadores com o papa João Paulo II, apesar de seu perfil moderado. Por trás dessa tendência estava o prefeito da Sagrada Congregação, o então cardeal Joseph Ratzinger, que comandava a ala mais ortodoxa do clero. A apreciação sobre o atual pontífice foi feita em 1988 pelo Serviço Nacional de Informações (SNI, o órgão de inteligência do regime militar), que considerou ;benéfica para o Brasil; a nova postura da Cúria Romana. Os motivos, entre outras coisas, eram a censura a livros de religiosos esquerdistas e um controle maior sobre as atividades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A avaliação sobre o Vaticano e Ratzinger, hoje papa Bento XVI, conta de um documento de três páginas produzido pela Agência Central do SNI e distribuído pelo Conselho de Segurança Nacional (CSN), ligado à Presidência da República. Os arapongas brasileiros fizeram outras análises globais sobre o momento vivido pela Igreja, principalmente mostrando os reflexos sobre o Brasil. O documento relacionado ao cardeal Ratzinger é intitulado ;Vaticano ; Conservadores exacerbam ações contra progressistas. Reflexos no Brasil; e datado de 9 de março de 1988 (veja fac simile).



Em relatório de 1988, arapongas do regime militar consideravam benéficas para o Brasil a postura da Cúria Romana em relação à censura a livros de religiosos esquerdistas

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