Renata Tranches
postado em 27/02/2013 06:05
O nervosismo com que os mercados financeiros mundiais reagiram ao veredito das urnas na Itália reflete a profundidade do impasse político no país. A vitória da centro-esquerda não lhe garantiu maioria sólida em ambas as câmaras do parlamento, necessária para formar um governo estável. ;Não vencemos, embora tenhamos ficado em primeiro lugar;, admitiu o líder da coalizão, Pier Luigi Bersani. Mas, embora ;desiludido;, Bersani chamou para si a responsabilidade de encabeçar o novo gabinete e rejeitou, a princípio, a proposta de uma ;grande coalizão; feita pelo líder da centro-direita, Silvio Berlusconi: Bersani dirigiu seu apelo ao Movimento Cinco Estrelas, legenda de protesto do comediante Beppe Grillo, que, por sua vez, deixou uma porta entreaberta para o diálogo, em nome de uma reforma institucional, da redução dos ;custos da política;, da moralidade e da proteção aos desfavorecidos.
O primeiro dirigente a se pronunciar sobre o imbróglio foi o ex-premiê Berlusconi, líder do Povo da Liberdade (PDL). Depois de ter surpreendido com o crescimento na reta final da disputa, ele convidou a esquerda a uma parceria, pelo bem das instituições. ;Devemos todos refletir com muita responsabilidade. Essa Itália não pode ser governada;, declarou o Cavaliere.