Agência France-Presse
postado em 27/02/2013 12:46
Roma - O Movimento 5 Estrelas (M5S), que conquistou 25% dos votos nas eleições legislativas na Itália, não votará pela confiança de um governo, qualquer que seja, declarou nesta quarta-feira (27/2) seu líder, Beppe Grillo, em seu blog. No entanto, ele reiterou que o seu movimento, que tem 109 deputados e 54 senadores, "votará as leis que refletirem seu programa, independentemente de quem as propor".Estas declarações foram feitas em um contexto de impasse político, que poderia ser resolvido, segundo uma das alternativas, com a formação de um governo de esquerda majoritário na Câmara e minoritário no Senado, que beneficiaria de certo apoio dos eleitos 5 Estrelas. O líder do PD, Pier Luigi "Bersani, nos intimidou politicamente. Há dias ele incomoda o M5S com propostas indecentes em vez de renunciar, como faria qualquer pessoa em seu lugar", escreveu ele em seu blog.
[SAIBAMAIS]Um ataque que recebeu resposta quase imediata do PD: "O que Grillo tem a me dizer, incluindo insultos, quero ouvir no Parlamento. Este é o lugar onde todos vão assumir as suas próprias responsabilidades", indicou Bersani em um comunicado. Mas Beppe Grillo não estará presente pessoalmente no Parlamento, porque o seu movimento proíbe pessoas que já foram condenadas judicialmente, como é o seu caso, já que ele foi condenado nos anos 80 por homicídio culposo depois de um acidente de trânsito em que três pessoas morreram.
Terça-feira, Bersani, candidato da esquerda ao cargo de primeiro-ministro, deixou o caminho aberto para o Movimento 5 Estrelas. Ele mencionou temas caros à formação, como a reforma institucional, cortes nos custos da política, a moralidade e a defesa dos pobres, fazendo um apelo para que Beppe Grillo diga "o que quer para o país." Grillo enfatizou que não irá aliar-se com nenhuma formação e que apenas planeja votar caso a caso certas reformas.
Nenhum anúncio ou reunião entre líderes políticos estão previstos, a priori, para esta quarta-feira, segundo a imprensa italiana, que sugeriu uma "pausa para reflexão", mas também negociações informais entre equipes através de "embaixadores". Uma reunião da liderança do PD, cuja coalizão tem uma maioria confortável na Câmara de Deputados, mas insuficiente no Senado, foi agendada para terça-feira.