Agência France-Presse
postado em 01/03/2013 13:33
Washington - As informações sobre a morte no norte do Mali de Abdelhamid Abu Zeid, um dos principais chefes da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), são "muito confiáveis", afirmou nesta sexta-feira um funcionário de alto escalão americano. "Consideramos que estas informações são muito confiáveis", declarou o funcionário, que pediu o anonimato. "Se isso for confirmado, será um golpe significativo desferido contra a AQMI", acrescentou.Segundo a rede de televisão privada argelina Ennahar TV, Abu Zeid teria morrido junto a outros 40 islamitas no norte do Mali. Na mesma operação, as tropas francesas teriam capturado três islamitas. O jornal argelino El Jabar indicou, por sua vez, que foram coletadas amostras de DNA de dois membros da família de Abu Zeid a fim de confirmar sua identidade. "Os serviços de segurança estão comparando o DNA de dois familiares de Abu Zeid com as amostras retiradas de um cadáver entregue pelas forças francesas" às autoridades argelinas, escreveu El Jabar.
Abu Zeid, um argelino de 45 anos cujo verdadeiro nome é Mohamed Ghedir, é considerado um dos chefes mais radicais dos grupos islamitas do norte do Mali e é suspeito do sequestro de diversos ocidentais. Ex-traficante convertido em islamita radical na Argélia nos anos 1990, é considerado responsável pelo sequestro no Níger do britânico Edwin Dyer, assassinado em 2009, e de cinco franceses, um malgaxe e um togolês no mesmo país em setembro de 2010. Quatro destes reféns franceses seguem nas mãos da AQMI e podem estar detidos na região em que Abu Zeid teria morrido.
Durante a ocupação do norte do Mali por grupos islamitas, Abu Zeid foi localizado em Timbuctu e em Gao. Cerca de 1.200 soldados franceses e 800 chadianos prosseguem com uma vasta operação para expulsar os islamitas de seu bastião na região dos montes Iforas, em particular em uma zona de 25 km2 situada a sudeste de Tesalit.
Segundo o Estado-Maior francês, cerca de 40 islamitas foram neutralizados nesta região pelas tropas francesas na última semana. Cerca de 50 pessoas também foram detidas em uma ilha do rio Níger que serve de refúgio a islamitas perto de Gao, durante uma operação das tropas malinenses que prosseguia na sexta-feira.