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Argentina vai pagar dívida pendente aos "fundos abutre"

"Oferecemos a esses 'fundos abutre' que recebam (o dinheiro) da mesma maneira que os que hoje estão cobrando, com o mesmo perdão e os mesmos prazos", disse Cristina Kirchner

Agência France-Presse
postado em 01/03/2013 16:08
Buenos Aires - A presidente Cristina Kirchner afirmou nesta sexta-feira (1;/3) que a Argentina aceita pagar a dívida pendente "aos ;fundos abutre;, mas com o mesmo perdão e prazos" que os 93% dos credores que aderiram à reestruturação (swap) entre 2005 e 2010.

"Oferecemos a esses ;fundos abutre; que recebam (o dinheiro) da mesma maneira que os que hoje estão cobrando, com o mesmo perdão e os mesmos prazos", disse na Assembleia Legislativa sobre a controvérsia judicial em Nova York com fundos ultra-especulativos que cobram em dinheiro o total de uma dívida de 1,33 bilhão de dólares.

No final de 2012, o magistrado Thomas Griesa decidiu que a Argentina pagasse 100% do que os fundos de risco NML e Aurelius buscavam, pelos títulos devidos. A Argentina apelou desta decisão em uma corte de apelações, cujas audiências começaram esta semana.

A esse respeito, a justiça federal norte-americana pediu nesta sexta-feira que a Argentina esclareça sua oferta de pagamento aos fundos "abutres", que correspondem a 7% dos detentores de títulos, que rejeitaram a troca da dívida em ;default;, declarada em 2001, de 100 bilhões de dólares.


A decisão dá um prazo a Argentina até 29 de março para que "submeta por escrito ao tribunal os termos precisos de uma fórmula alternativa de pagamento e um calendário aos quais está preparada para se comprometer", destaca o texto.

Kirchner disse, diante de legisladores e em cadeia nacional de rádio e TV, que "se é justiça um país escolher prejudicar 93% de detentores de títulos para favorecer 7%, eu começaria a duvidar do que pode ser chamado de justiça". "Estamos dispostos a pagar a esses ;fundos abutre;, mas não em melhores condições, porque estaríamos cometendo um delito, enganando e decepcionando 93% de credores de diferentes países que entraram" na troca, disse a Presidente.

A presidente disse que pagar da forma que a Argentina propõe "é equidade e é justiça". Contudo, depois denunciou, sem citar nomes, que "o que querem, na verdade, é que continuemos nos endividando, e o que não perdoam na Argentina é que tivemos êxito sem seguir suas políticas".

Kirchner afirmou que "a situação da Argentina será um ;leading case; político se for permitido que um punhado (de fundos) arruine todo mundo".

Os governos de Cristina Kirchner e de seu falecido marido, Néstor Kirchner (2003-2007) reestruturaram a dívida da moratória declarada pelo efêmero governo de Adolfo Rodríguez Saá.

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