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Chefe da diplomacia dos EUA pede união aos egípcios para sair da crise

John Kerry se reuniu neste domingo com o presidente egípcio ao terminar sua visita ao Cairo

Agência France-Presse
postado em 03/03/2013 11:32

Kerry iniciou sua visita ao Egito no sábado, quando fez um apelo ao governo e à oposição para superar a crise econômica e política

Cairo - O secretário de Estado americano John Kerry se reuniu neste domingo com o presidente egípcio ao terminar sua visita ao Cairo, onde pediu aos diferentes grupos políticos a conseguir um consenso que permita a recuperação econômica do país.

Antes de encontrar-se com o presidente islamita, Mohamed Mursi, Kerry se reuniu com o ministro da Defesa, Abdel Fatah al-Sisi.

No sábado, Kerry chegou ao Cairo procedente da Turquia e pediu aos diferentes líderes políticos e empresariais que cheguem a um consenso, depois de meses de agitação política e mal-estar.

[SAIBAMAIS]"Tem de haver uma vontade de todas as partes para conseguir compromisso significativos nos temas mais importantes para o povo egípcio", afirmou Kerry aos jornalistas depois de se reunir no sábado com o ministro de Relações Exteriores, Mohammed Kamel Amr.

A visita de Kerry ao Egito acontece num momento de profunda divisão entre os islamitas de Mursi e uma ampla oposição que acusa o presidente egípcio de fracassar em sua resposta às necessidades econômicas do país e suas preocupações políticas.

Kerry assegurou que vai discutir com Mursi as maneiras que os Estados Unidos podem ajudar o Egito a se recuperar de sua crise econômica. "E repito de novo: não estamos aqui para intervir, estou aqui para escutar", afirmou Kerry.



Em um encontro com empresários, o secretário de Estado ressaltou a importância de um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), parcialmente condicionado a um acordo entre as facções divididas do país.

"É primordial, essencial e urgente que a economia egípcia se torne mais forte. Para nós, está claro que é preciso alcançar um acordo com o FMI. Portanto, necessitamos dar confiança aos mercados".

Kerry assegurou que Washington estava disposto a ajudar o Egito, cuja reserva de divisas estrangeiras caiu a um nível crítico e a libra egípcia perdeu em torno de 8% frente ao dólar.

Em sua primeira viagem como secretário de Estado americano, Kerry ser reuniu com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, com o presidente francês, François Hollande, e com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, antes de chegar ao Cairo.

"Todos eles estão dispostos a ajudar, mas todos acham que o Egito precisa tomar algumas decisões econômicas fundamentais", enfatizou.

Kerry iniciou sua visita ao Egito no sábado, quando fez um apelo ao governo e à oposição para superar a crise econômica e política.

A crise política tem se traduzido em violência. Neste sábado, manifestantes atacaram um prédio da polícia em Mansura, cidade do norte do Egito, onde foram registrados novos confrontos após a morte de um manifestante na noite passada, indicou a agência de notícias Mena.

Em frente ao ministério das Relações Exteriores, dezenas de manifestantes queimaram fotos de Kerry, acusando os Estados Unidos de apoiarem Mursi. Foi quando Kerry ressaltou que os Estados Unidos não são partidários de nenhuma das partes.

"Viemos aqui enquanto amigos do povo egípcio, não do governo, de uma pessoa, de um partido ou de uma ideologia", insistiu o secretário, que realiza sua primeira visita ao Egito desde que assumiu suas funções, em 1; de fevereiro.

Depois de manifestações em massa e confrontos no final de 2012, os protestos em janeiro marcando o segundo aniversário da revolução transformaram-se em protestos anti-Mursi, degenerando novamente em confrontos que deixaram 60 mortos.

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