postado em 04/03/2013 08:00
Keith O;Brien, o cardeal escocês que admitiu ontem uma ;conduta sexual inadequada; em seu mandato, sempre se manifestou rigorosamente contra o casamento gay, o aborto ou a ordenação de mulheres. Ele é, do ponto de vista político, um conservador ; embora essa constatação nada tenha a ver com seu comportamento. O fato é que quase todas as lideranças da Igreja Católica, incluindo as brasileiras, independentemente de seu pensamento político-social, são ;conservadoras; em relação a essas questões. O discurso é equânime nos temas de ordem moral como sexualidade ; e é a manutenção dessa postura que esperam do novo papa.
[SAIBAMAIS]Dom Waldyr Calheiros, arcebispo emérito de Volta Redonda e Piraí, no Rio de Janeiro, tem posições extremamente radicais quanto ao comportamento político, mas não prega ;liberdade; em relação à homossexualidade, por exemplo. ;Ela (a Igreja) deve se abrir, mas quanto à homossexualidade, não sei, não;. Dom Waldyr acha, e comenta com sinceridade, que a prática não é natural. Dom José Mauro Ramalho Alarcón Santiago, bispo emérito de Iguatu, no Ceará, não admite sequer a indissolubilidade do casamento católico. ;Ele é um sacramento e tem força própria;, diz. ;E sobre a homossexualidade, piorou: o homem é para a mulher;, afirma, incisivo, franzindo o cenho.
Dom Waldyr, dom José Mauro, dom José Maria Pires e dom Serafim Fernandes são quatro dos nove brasileiros que participaram do Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965 ; (veja quadro) ouvidos pela reportagem do Correio. O evento foi, para todos, um marco na Igreja Católica ; aproximou-a, por exemplo, mais dos fiéis (veja quadro). Dom José Maria Pires dá tanto valor ao concílio que enfatiza: ;A Igreja, em vez de ser um apoio para a gente caminhar, estava sendo um peso para se carregar;.