Agência France-Presse
postado em 04/03/2013 10:11
Cairo - Cinco pessoas, incluindo dois policiais, morreram em confrontos durante a noite deste domingo (3/3) entre moradores e as forças de segurança de Port Said, em um clima de tensão persistente nesta cidade do nordeste do Egito, que enfrenta uma greve geral, e no conjunto do país. O diretor dos serviços de emergência da cidade, Mohamed Soltan, anunciou o balanço de cinco mortos em Port Said, uma localidade situada na entrada norte do canal de Suez.De acordo com o ministério do Interior, homens armados abriram fogo de forma aleatória contra uma delegacia e mataram dois agentes da polícia, que foram atingidos no pescoço e na cabeça. Os confrontos explodiram durante o domingo (3), depois da decisão do ministério de transferir 39 prisioneiros que aguardam julgamento. O veredicto, que deve ser anunciado no próximo sábado (9), envolve o segundo grupo de acusados pelos distúrbios que mataram 74 pessoas após uma partida de futebol em Port Said em fevereiro de 2012.
[SAIBAMAIS]Em janeiro, 21 pessoas, em sua maioria torcedores, foram condenadas à pena de morte pelo caso, em um veredicto que provocou muitos atos de violência, que mataram pelo menos 40 pessoas. No domingo (3), manifestantes atiraram pedras e bombas incendiárias contra um posto policial em Port Said, cenário de uma greve geral que entra na terceira semana. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo.
Os habitantes de Port Said e de outras cidades próximas ao canal de Suez alegam há muito tempo que são marginalizados pelo governo central.
Confrontos na capital
Na capital do país, Cairo, confrontos violentos foram registrados durante a noite, perto da Praça Tahrir, entre policiais e manifestantes. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que se aproximava de um hotel de luxo. Durante a manhã, o clima era calmo na praça.
Nos últimos meses vários atos de violência aconteceram no Egito, geralmente à margem de manifestações contra o presidente islamita Mohamed Mursi, eleito em junho, acusado por seus críticos de ter "traído a revolução" e de não saber enfrentar os problemas econômicos.
Durante uma visita no domingo ao Egito, o secretário de Estado americano, John Kerry, se reuniu com Mur)si e pediu ao país mais esforços para acalmar a tensão política e ajustar a situação econômica. Ao norte do Cairo, a região do Delta do Nilo também foi cenário de violência, em meio a uma campanha de desobediência civil na província de Daqahliya.
Uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas em confrontos no fim de semana entre a polícia e manifestantes em Mansura, a capital da província.