Agência France-Presse
postado em 04/03/2013 16:20
Washington - O presidente Barack Obama alertou sobre as consequências dos cortes automáticos do orçamento que entraram em vigor na semana passada nos Estados Unidos, durante a nomeação de três novos secretários, incluindo a nova diretora do orçamento.Os cortes orçamentários de 85 bilhões de dólares do governo federal até setembro, que entraram em vigor depois que democratas e republicanos foram incapazes de entrar em acordo sobre um plano para reduzir o déficit, "já começaram a custar empregos", afirmou Obama. "Eventualmente, muita gente vai sofrer, é por isso que devemos continuar trabalhando, para reduzir nosso déficit de forma equilibrada, uma fórmula que é apoiada pela maioria do povo dos Estados Unidos", explicou ao oficializar a nomeação de três novos membros do governo.
O presidente nomeou Gina McCarthy para Agência de Proteção do Abiental (EPA), o físico Ernest Moniz para o Departamento de Energia e a diretora da fundação beneficente do Walmart, Sylvia Mathews, como diretora do Escritório de Administração e Orçamento (OMB). Mathews foi diretora adjunta do OMB entre 1998 e 2001, no final da administração do presidente democrata Bill Clinton. Posteriormente entrou para a fundação do magnata da informática Bill Gates e assumiu, no começo de 2012, a presidência da fundação Walmart.
As três nomeações devem ser confirmadas pelo Senado, onde os republicanos têm uma minoria com poder de bloqueio. O cargo de diretor do OMB, equivalente a um secretário de Estado de Orçamento, tem uma importância estratégica, em um momento em que os cortes se traduzirão em uma redução de 8% do orçamento do Pentágono e de 5% para os outros setores.
Os republicanos rejeitam qualquer aumento de impostos para evitar os cortes, privilegiando um saneamento das contas públicas. "Estou certo de que poderemos conseguir (uma solução) se encontrarmos as pessoas de boa vontade", afirmou o presidente, embora, no momento não haja nenhuma negociação formal em curso.
Em breve deve haver uma nova crise, ainda mais cheia de ameaças: o financiamento do Estado federal para os últimos meses do exercício 2013, que deverá ser objeto de uma votação no Congresso antes de 27 de março e sem o qual os serviços públicos deverão fechar.