Agência France-Presse
postado em 07/03/2013 12:33
Cidade do Vaticano - É uma eleição, mas não há cartazes de campanha, nenhum candidato oficial e aqueles que poderiam ser eleitos juram por Deus que não gostariam de carregar este fardo: bem-vindo ao conclave que elegerá o novo papa.
Diante da "você acha que tem chances?", os cardeais que se encontram no Vaticano para a preparação da eleição do chefe de uma Igreja Católica de 1,2 bilhão de fiéis respondem com um ar modesto ou uma grande gargalhada.
"Estamos em ;Alice no País das Maravilhas;", respondeu o cardeal americano Daniel DiNardo, arcebispo de Galveston-Houston (Texas), a um jornalista engraçadinho que perguntou a ele se usaria um chapéu de cáuboi se fosse eleito papa. Seu colega de Boston, o cardeal Sean O;Malley, afirmou, por sua vez, que não tinha a intenção de abandonar a sua vestimenta de frade capuchinho. "Eu estou vestindo este uniforme durante 40 anos e pretendo usá-lo até que eu morra. Eu não pretendo mudar", disse.
Ser papa não deve ser uma ambição pessoal e menos ainda deve ser expressa publicamente: a eleição é inspiração divina, e está fora de questão tentar competir com o Espírito Santo.
Há um provérbio italiano para alertar os cardeais movidos pela arrogância, "quem entra no conclave como papa, sai como cardeal". As candidaturas são discutidas com bastante tato, mas normalmente apenas em privado ou durante as pausas para o café durante a série de reuniões pré-conclave. E os cardeais são ligados pelo juramento de guardar segredo, sob pena de excomunhão.
"Não são os caucasus doIowa", explica John Allen, o vaticanista do National Catholic Reporter, em alusão ao estado americano onde a campanha para as eleições presidenciais americanas atinge seu auge com debates febris.
"O simples fato de dar a impressão de fazer campanha para o cargo é o beijo da morte, tudo é feito em voz baixa", acrescenta. O mistério em torno da eleição do papa foi parodiado por um grupo de artistas italianos que montou uma campanha em favor do cardeal ganês Peter Turkson, com falsos cartazes eleitorais colados por toda Roma.
Nessa propaganda, vê-se o arcebispo Turkson olhando para o céu com seu chapéu de cardeal junto ao slogan "no conclave, votem Kodwo Peter Appiah Turkson", e ainda tem uma cruz que mostra aos eleitores como votar. As perguntas incessantes da imprensa sobre um eventual candidato podem ser dolorosas para os cardeais que enfrentam a decisão mais importante de suas carreiras.
Questionado sobre sua possível candidatura, o cardeal francês André Vingt-Trois, arcebispo de Paris, falou de "erro" antes de fugir a toda velocidade. Um cardeal americano, Timothy Dolan, sem rodeios respondeu a um repórter que "qualquer um que pense que será eleito Papa fuma maconha".
Em uma entrevista ao jornal Messaggero, o britânico Cormac Murphy O;Connor, ex-arcebispo de Westminster, a quem foi perguntado se ele havia comprado uma passagem para sair de Roma após a eleição, respondeu lançando dúvidas: "Eu não comprei ainda... vou comprar em alguns dias". Por sua parte, o cardeal canadense Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos e citado com um dos mais prováveis pelos vaticanistas, confessou: "Eu não posso pensar nisso agora, mesmo considerando que ser Papa seria um pesadelo".
"Razoavelmente, eu tenho que entrar no conclave dizendo ;se ... se ...;. Admito que isso me faz pensar, me faz rezar, me assusta um pouco. Estou muito consciente do peso da tarefa", disse ele, apressando-se a acrescentar: "Há um número de pessoas que são mais propensas a serem eleitas do que eu".
Diante da "você acha que tem chances?", os cardeais que se encontram no Vaticano para a preparação da eleição do chefe de uma Igreja Católica de 1,2 bilhão de fiéis respondem com um ar modesto ou uma grande gargalhada.
"Estamos em ;Alice no País das Maravilhas;", respondeu o cardeal americano Daniel DiNardo, arcebispo de Galveston-Houston (Texas), a um jornalista engraçadinho que perguntou a ele se usaria um chapéu de cáuboi se fosse eleito papa. Seu colega de Boston, o cardeal Sean O;Malley, afirmou, por sua vez, que não tinha a intenção de abandonar a sua vestimenta de frade capuchinho. "Eu estou vestindo este uniforme durante 40 anos e pretendo usá-lo até que eu morra. Eu não pretendo mudar", disse.
Ser papa não deve ser uma ambição pessoal e menos ainda deve ser expressa publicamente: a eleição é inspiração divina, e está fora de questão tentar competir com o Espírito Santo.
Há um provérbio italiano para alertar os cardeais movidos pela arrogância, "quem entra no conclave como papa, sai como cardeal". As candidaturas são discutidas com bastante tato, mas normalmente apenas em privado ou durante as pausas para o café durante a série de reuniões pré-conclave. E os cardeais são ligados pelo juramento de guardar segredo, sob pena de excomunhão.
"Não são os caucasus doIowa", explica John Allen, o vaticanista do National Catholic Reporter, em alusão ao estado americano onde a campanha para as eleições presidenciais americanas atinge seu auge com debates febris.
"O simples fato de dar a impressão de fazer campanha para o cargo é o beijo da morte, tudo é feito em voz baixa", acrescenta. O mistério em torno da eleição do papa foi parodiado por um grupo de artistas italianos que montou uma campanha em favor do cardeal ganês Peter Turkson, com falsos cartazes eleitorais colados por toda Roma.
Nessa propaganda, vê-se o arcebispo Turkson olhando para o céu com seu chapéu de cardeal junto ao slogan "no conclave, votem Kodwo Peter Appiah Turkson", e ainda tem uma cruz que mostra aos eleitores como votar. As perguntas incessantes da imprensa sobre um eventual candidato podem ser dolorosas para os cardeais que enfrentam a decisão mais importante de suas carreiras.
Questionado sobre sua possível candidatura, o cardeal francês André Vingt-Trois, arcebispo de Paris, falou de "erro" antes de fugir a toda velocidade. Um cardeal americano, Timothy Dolan, sem rodeios respondeu a um repórter que "qualquer um que pense que será eleito Papa fuma maconha".
Em uma entrevista ao jornal Messaggero, o britânico Cormac Murphy O;Connor, ex-arcebispo de Westminster, a quem foi perguntado se ele havia comprado uma passagem para sair de Roma após a eleição, respondeu lançando dúvidas: "Eu não comprei ainda... vou comprar em alguns dias". Por sua parte, o cardeal canadense Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos e citado com um dos mais prováveis pelos vaticanistas, confessou: "Eu não posso pensar nisso agora, mesmo considerando que ser Papa seria um pesadelo".
"Razoavelmente, eu tenho que entrar no conclave dizendo ;se ... se ...;. Admito que isso me faz pensar, me faz rezar, me assusta um pouco. Estou muito consciente do peso da tarefa", disse ele, apressando-se a acrescentar: "Há um número de pessoas que são mais propensas a serem eleitas do que eu".